
A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, nesta quarta-feira (10), um conjunto de ações que pretende reestruturar e ampliar o atendimento à população em situação de rua na capital. O programa, batizado de “Viver de Novo”, reúne iniciativas distribuídas em cinco eixos — atendimento, acolhimento, moradia, saúde e emprego — e tem metas escalonadas até 2028.
Ao apresentar o projeto, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) afirmou que a proposta busca criar condições concretas para que pessoas que vivem nas ruas retomem autonomia. “O morador de rua não é o problema. O problema é morar na rua”, destacou.
Segundo o Executivo, um projeto de lei será enviado à Câmara Municipal para reservar vagas de trabalho para pessoas em situação de rua em contratos de obras e serviços da PBH. A ampliação da rede começa pelo atendimento direto: a partir de 2026, os Centros Pop passarão a funcionar todos os dias, das 8h às 18h. Dois novos centros serão implantados em 2027, e nove unidades móveis de abordagem atuarão até março de 2026, com equipes responsáveis por agilizar o Cadastro Único.
No eixo de acolhimento, a prefeitura informou que ampliará vagas e revisará metodologias de trabalho. A Unidade Tia Branca terá 60 vagas extras ainda este mês, chegando a 220. Outras duas hospedagens sociais, inauguradas nos bairros Floresta e Lagoinha, já acolhem pessoas por até 12 meses. Também está prevista a reconstrução do Abrigo Granja de Freitas e a criação de uma hospedagem voltada a homens acompanhados de seus animais de estimação. Para 2028, está prevista a Vila Novos Horizontes, destinada a famílias.
As ações de saúde incluem o reforço da Rede de Atenção Psicossocial e a ampliação do Consultório na Rua, que terá duas novas equipes itinerantes exclusivamente na região Centro-Sul. Até 2027, seis novas Unidades de Acolhimento Transitório serão abertas, e três CERSAMs — Norte, Oeste e Venda Nova — passarão por obras de requalificação. Ao todo, a prefeitura prevê operar 12 vans voltadas ao atendimento especializado.
Na área de moradia, 3% das unidades destinadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida serão imediatamente reservadas a pessoas em processo de superação das ruas. O Bolsa Moradia ganhará 300 vagas adicionais por ano, chegando a 1,5 mil beneficiários em 2027. Belo Horizonte também será cidade piloto do Programa Moradia Cidadã, que adotará a metodologia “Moradia Primeiro” para atender 100 famílias com apoio social e auxílio estrutural.
No eixo de emprego, o programa Estamos Juntos será reformulado. O novo formato inclui um período inicial de preparação socioemocional e, na sequência, um contrato temporário de até 12 meses na administração municipal. A PBH afirma que esse processo prevê encaminhamento para vagas permanentes, articulação com empresas parceiras e apoio para soluções habitacionais após a contratação.
O município afirma que o conjunto das ações busca oferecer não apenas acolhimento emergencial, mas um caminho sustentável de reconstrução de vínculos e reinserção social.
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