
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou nesta sexta-feira (21/11) que não deve disputar o governo de Minas Gerais nas eleições de 2026. A declaração foi feita após visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Segundo o parlamentar, não houve qualquer pedido do ex-chefe do Executivo para que ele lançasse candidatura ao Palácio Tiradentes, e sua tendência é tentar a reeleição à Câmara dos Deputados.
Nikolas disse a jornalistas que, apesar de aparecer em primeiro lugar em pesquisas de intenção de voto e possuir forte presença nas redes sociais, considera arriscado assumir uma campanha para o governo mineiro. Ele argumentou que a disputa exigiria uma estrutura política robusta e afirmou que a decisão passa também pela preservação de sua imagem. Para ilustrar, comparou: seria “como se candidatar a piloto de avião enquanto passageiros torcem para que o avião caia”.
O deputado também relacionou a indefinição de sua candidatura à situação nacional da direita, que ainda não possui um nome consolidado para a corrida presidencial, sobretudo após a condenação de Bolsonaro e a possibilidade de prisão do ex-presidente. Ele citou que governadores como Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) já se movimentam como possíveis pré-candidatos, mas o cenário permanece incerto.
Dentro do PL mineiro, o debate sobre alianças para 2026 também tem gerado atritos. Parte da sigla se posiciona contra uma possível composição com o PSD em torno do vice-governador Mateus Simões. Parlamentares reclamam de uma aproximação que consideram “oportunista” por parte de Simões, especialmente junto às forças de segurança. A visita recente do vice ao Bope acompanhado de Nikolas, para anúncio de uma emenda de R$ 1 milhão, causou desconforto entre deputados do PL que alegam não ter recebido o mesmo tratamento em outras ocasiões.
O tema foi discutido na última reunião da executiva estadual do partido, onde lideranças como o presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, Sargento Rodrigues, expressaram oposição a uma aliança com Simões. Em Brasília, integrantes da bancada mineira também avaliam que o melhor cenário para o PL seria uma candidatura de Nikolas ao governo, mas reconhecem que, sem ele, qualquer aproximação com o PSD se torna mais difícil diante do desgaste com a gestão Zema.
O PL seguirá discutindo internamente os rumos para 2026, enquanto Nikolas mantém a posição de que sua prioridade, neste momento, é permanecer no Congresso.
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