
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou, nesta quinta-feira (20/11), a decisão do governo dos Estados Unidos de retirar a sobretaxa de 40% aplicada a mais de 240 produtos brasileiros, entre eles café, carne bovina, frutas e castanhas. A declaração foi feita durante a abertura do Salão do Automóvel, em São Paulo, horas após o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump.
Lula afirmou estar “feliz” com a medida e atribuiu a reversão das tarifas à capacidade do Brasil de estabelecer relações baseadas em respeito. “O presidente Trump já começou a reduzir algumas taxações que ele tinha feito em produtos brasileiros. E essas coisas vão acontecer na medida em que a gente consiga galgar o respeito das pessoas. Ninguém respeita quem não se respeita”, disse o presidente.
O petista também relembrou o impacto causado quando as sobretaxas foram impostas há cerca de quatro meses, ressaltando que preferiu adotar cautela diante da crise gerada. “Eu não costumo tomar decisão com 39°C de febre. Espero baixar a febre, porque com ela alta você pode cometer erros”, afirmou, em referência às tensões diplomáticas do período.
No comunicado oficial sobre o fim das tarifas, Donald Trump destacou que a medida foi tomada após nova rodada de diálogo com o governo brasileiro. O norte-americano mencionou a conversa telefônica de 6 de outubro, quando ambos concordaram em iniciar negociações específicas sobre o tarifaço. Segundo Trump, essas discussões continuam em andamento.
A decisão anunciada nesta quinta-feira zera as taxas de importação sobre uma extensa lista de produtos brasileiros. O gesto complementa a medida de 14 de novembro, que havia reduzido em 10% as tarifas sobre alimentos provenientes de todos os países, derrubando a alíquota cobrada do Brasil de 50% para 40%. Com a nova ordem, a tarifa é completamente eliminada.
A retirada das sobretaxas deve beneficiar setores relevantes do agronegócio brasileiro e reduzir tensões comerciais entre os dois países, que vinham se acentuando desde julho. As equipes econômicas dos dois governos seguem negociando outros pontos pendentes na agenda bilateral.
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