
A Prefeitura de Belo Horizonte suspendeu as obras de macrodrenagem da Praça das Águas, na avenida Cristiano Machado, e do reservatório profundo Vilarinho II após identificar possíveis irregularidades em contratos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Seis servidores foram afastados por determinação judicial, e as intervenções só serão retomadas após um novo processo licitatório.
As suspeitas surgiram a partir de uma auditoria interna aberta em fevereiro deste ano para avaliar falhas na execução de contratos firmados com dois consórcios responsáveis por parte das obras. O relatório da auditoria foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que passou a atuar em conjunto com a Prefeitura desde junho.
Com base nos indícios apurados, o Ministério Público deflagrou, em 11 de novembro, uma operação para investigar o suposto esquema, que pode ter causado prejuízo superior a R$ 35 milhões aos cofres municipais. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. No dia seguinte, dois chefes de área da Sudecap foram exonerados de seus cargos.
Segundo a Prefeitura, o caso envolve dois consórcios e quatro empresas — uma empreiteira e três consultorias — que agora são alvo de processo administrativo. A Justiça determinou o afastamento de servidores por 180 dias e suspendeu repasses financeiros às empresas investigadas, o que levou à interrupção das obras.
Com os contratos travados, a Prefeitura prepara nova licitação para retomar as intervenções. Entre as obras afetadas estão os reservatórios Vilarinho II e Nado I, que integram o conjunto de ações de controle de enchentes na região Norte da capital. O reservatório Vilarinho II possui 40% de execução e investimento previsto de R$ 263 milhões. Já o Nado I permanece parado enquanto passa por revisão de projeto, com previsão de retomada em 2026.
Outra obra interrompida é a Praça das Águas, iniciada em 2022, que prevê a implantação de uma estrutura hidráulica com capacidade para 27 milhões de litros de água na confluência do Ribeirão Pampulha com o Córrego Cachoeirinha. A intervenção é considerada essencial para diminuir alagamentos na avenida Cristiano Machado.
Com a suspensão dos pagamentos às empresas investigadas, todas as frentes de macrodrenagem envolvidas nas apurações permanecem paralisadas até definição dos próximos passos administrativos e judiciais.
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