
A Polícia Federal prendeu, na noite de segunda-feira (17), o empresário Daniel Vorcaro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Acionista da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético e proprietário do Banco Master, ele foi detido no momento em que se preparava para embarcar para o exterior. Vorcaro permanece custodiado na Superintendência da PF na capital paulista.
A prisão integra a Operação Compliance Zero, deflagrada nesta terça-feira (18), que investiga a suposta emissão de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional. A ação cumpre cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.
De acordo com a PF, as apurações começaram em 2024, após o Ministério Público Federal solicitar investigação sobre indícios de carteiras de crédito fabricadas por uma instituição financeira. Esses títulos teriam sido negociados com outro banco e, mais tarde, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada após fiscalização do Banco Central. A detenção de Vorcaro ocorreu um dia após a Fictor Holding Financeira anunciar intenção de adquirir o Banco Master.
A defesa do empresário foi procurada e segue com espaço aberto para manifestação.
Paralelamente, o Ministério Público de São Paulo investiga a origem dos R$ 300 milhões aplicados por Vorcaro na SAF do Atlético. O inquérito, ligado à Operação Carbono Oculto, apura possíveis vínculos dos valores com lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O empresário ingressou na SAF em 2023, com um aporte inicial de R$ 100 milhões, seguido de outros R$ 200 milhões em 2024, alcançando 26,9% da Galo Holding SA. Os demais sócios incluem Rubens e Rafael Menin, com 55,7%, e o Fundo de Investimentos do Galo (FIGA), com 9%.
O Atlético informou que não comentará o caso.
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