Os Estados Unidos enfrentam uma nova paralisação parcial do governo federal, iniciada em 1º de outubro, após o Senado não conseguir aprovar um projeto de extensão orçamentária. A situação levou a Casa Branca a anunciar cortes de verbas e ameaçar demissões de funcionários federais, numa tentativa de pressionar os senadores democratas a chegarem a um acordo.
O governo determinou que alguns servidores permaneçam em casa sem salário, enquanto outros devem continuar trabalhando, também sem remuneração, até que o orçamento seja aprovado. Além disso, o Departamento de Energia e o Departamento de Transporte cancelaram projetos e subsídios financeiros que totalizam bilhões de dólares, afetando principalmente estados governados pelo Partido Democrata, como Califórnia e Nova York. Segundo Russell Vought, diretor do Escritório de Orçamento da Casa Branca, os projetos cancelados estavam ligados à agenda climática de governos democratas.
Em Nova York, os cortes afetam um projeto de expansão de metrô e a construção de um túnel ferroviário sob o rio Hudson, que visavam reduzir congestionamentos e melhorar a mobilidade urbana. A governadora Kathy Hochul classificou a medida como “vingança política”. Na Califórnia, o cancelamento de um projeto de energia de hidrogênio, avaliado em 1,2 bilhão de dólares, coloca em risco milhares de empregos, segundo o governador Gavin Newsom.
O Senado americano exige 60 votos para aprovar projetos de gasto público, mas os republicanos, liderados por Donald Trump, possuem apenas 53 cadeiras, tornando impossível a aprovação sem apoio democrático. A paralisação em curso é a primeira desde 2019 e representa um impacto significativo em serviços públicos, transporte aéreo e projetos de infraestrutura em todo o país.
Associações de controladores de tráfego aéreo e empresas de aviação alertaram para possíveis atrasos e riscos à segurança, reforçando a pressão por uma solução rápida ao impasse político. Enquanto isso, o governo federal mantém os cortes e ameaça demissões “iminentes” em diversas áreas, com o objetivo de aumentar a pressão sobre os legisladores e encerrar a paralisação orçamentária.
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