Uma designer de interiores de São Paulo, Rhadarani Domingos, relatou ter perdido a visão após consumir caipirinhas em um bar localizado em uma região nobre da capital paulista. O caso se soma a uma série de intoxicações por metanol associadas a bebidas alcoólicas adulteradas no estado, com pelo menos nove registros em menos de um mês.
Segundo relatos da família, Rhadarani ingeriu três caipirinhas de frutas vermelhas com maracujá e vodka durante uma comemoração de aniversário no dia 19 de setembro. Após o consumo, apresentou convulsões, foi intubada e levada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), permanecendo internada. A designer afirmou que as bebidas não apresentavam sabor ou odor diferente. A confirmação de que o metanol causou a intoxicação ainda não foi divulgada.
O caso de Rhadarani não é isolado. Um jovem identificado como Rafael, que consumiu gin com energético, encontra-se em coma desde o dia 1º de setembro. Segundo familiares, o tratamento já removeu a toxicidade do sangue, mas os danos à visão e ao cérebro são considerados irreversíveis. Outro amigo que estava com Rafael também apresentou sintomas e precisou de atendimento médico.
Nos últimos 25 dias, foram confirmadas duas mortes decorrentes de ingestão de bebidas adulteradas em São Paulo e São Bernardo do Campo. Um homem de 54 anos morreu após apresentar sintomas de intoxicação em setembro, enquanto outras três pessoas permanecem internadas sob suspeita de contaminação.
O governo federal e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas reforçaram orientações para que a população verifique a procedência das bebidas alcoólicas, especialmente nos finais de semana. Os órgãos de vigilância sanitária alertam para a compra de produtos com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando bebidas de origem duvidosa.
O metanol é um álcool altamente tóxico que pode causar sintomas graves, como náusea, vômito, dor de cabeça, convulsões, cegueira permanente, coma e até a morte. A substância, quando adicionada ilegalmente a bebidas, pode ser confundida visualmente com o etanol, mas seus efeitos são significativamente mais perigosos.
Autoridades de saúde e vigilância sanitária continuam monitorando os casos e investigando a origem das bebidas adulteradas para prevenir novos incidentes.
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