Lula e Trump devem se reunir nos próximos dias para discutir tarifas, diz Alckmin

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (26/9) que um encontro formal entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano Donald Trump deve ocorrer nos próximos dias. A expectativa é de que a reunião seja um desdobramento da breve conversa que os dois tiveram em Nova York, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em entrevista à Rede TV!, Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), avaliou que o contato inicial representou um avanço no diálogo sobre as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros. “O encontro ajudou muito, é um marco fundamental porque muita decisão é tomada na Casa Branca. Foi uma mensagem importante, que deve ter novos desdobramentos. O presidente Lula sempre nos orientou diálogo e negociação”, declarou.

Durante seu discurso na ONU, Trump relatou que encontrou Lula rapidamente no intervalo entre os pronunciamentos de ambos. Segundo o norte-americano, os dois chegaram a se abraçar e combinaram de retomar a conversa em um encontro mais longo na semana seguinte. “Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, eu o vi, ele me viu, e nós nos abraçamos. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos, mas combinamos de nos encontrar”, afirmou.

Lula confirmou a intenção de ampliar o diálogo e não descartou uma reunião presencial. Em entrevista coletiva, o presidente brasileiro disse estar otimista quanto ao início de uma aproximação. “Foi uma surpresa boa. Acho mesmo que pintou uma química. Aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível. Torço para que dê certo, porque Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias do continente. Não há por que viver em momentos de conflito”, destacou.

O Itamaraty segue em negociações para definir local e data do encontro. A expectativa do governo brasileiro é que a reunião possa abrir caminho para uma revisão das medidas tarifárias impostas por Washington, além de fortalecer o diálogo político e econômico entre os dois países.