O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu revogar o bloqueio das redes sociais da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está presa em Roma desde o fim de julho. A medida, no entanto, foi acompanhada de uma advertência: em caso de novas publicações consideradas como desinformação ou ataques às instituições democráticas, a parlamentar poderá ser multada em R$ 20 mil por dia.
Na decisão, Moraes avaliou que não há mais necessidade de manter a suspensão total das contas, limitando a medida apenas à exclusão de conteúdos classificados como ilícitos. Com isso, foram reativados os perfis de Zambelli em plataformas como X, Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, Telegram, LinkedIn e Gettr, que já foram notificados da decisão no Brasil.
A liberação ocorreu um dia após a deputada, em depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, classificar o bloqueio como abusivo. Emocionada, ela exibiu uma foto do filho de 17 anos e acusou o ministro de estender a restrição também a parentes próximos.
Paralelamente, Zambelli enfrenta processos em duas frentes. Condenada pelo STF a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ela fugiu do Brasil antes da decisão transitar em julgado e acabou detida nas proximidades de Roma. Está há quase dois meses no presídio feminino de Rebibbia, aguardando a análise do pedido de extradição formulado pelo governo brasileiro às autoridades italianas.
Na esfera política, a parlamentar responde a um processo por quebra de decoro parlamentar na CCJ, que pode resultar na cassação de seu mandato. Em sua defesa, disse sofrer “tortura emocional” pela distância da família, relatou problemas de saúde e apelou à fé para que, segundo suas palavras, “haja justiça” na tramitação do caso.
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