O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou no Brasil nesta quinta-feira (25) com a avaliação de que sua viagem aos Estados Unidos trouxe ganhos políticos e diplomáticos, apesar dos riscos que envolvia. Segundo aliados, a agenda reforçou a imagem do chefe de Estado como liderança internacional, além de abrir espaço para uma possível aproximação com o presidente norte-americano, Donald Trump.
Um dos pontos mais comentados foi o rápido encontro entre os dois líderes, marcado pelo aceno de Trump em favor de um diálogo. Para a equipe de Lula, a cena foi recebida com surpresa e deve causar desconforto entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que mantém proximidade com o republicano. Durante coletiva em Nova York, Lula destacou que “há interesse em avançar na relação” e ressaltou que democracia e soberania são princípios inegociáveis, mas que outros temas podem ser discutidos.
O discurso de Lula na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas também foi considerado um dos marcos da viagem. A fala, de tom crítico e enfático, teve repercussão em veículos de imprensa internacionais e foi classificada como relevante no debate global sobre democracia e combate a extremismos. Além disso, a reunião com líderes progressistas de diferentes países reforçou a defesa de agendas conjuntas em prol da estabilidade política.
Questionado sobre um possível encontro formal com Trump, Lula demonstrou entusiasmo e disse acreditar que a reunião poderá ocorrer em breve, possivelmente de forma presencial. Ele afirmou não temer constrangimentos, citando a experiência de ambos. “Somos dois homens de 80 anos, vou respeitá-lo, ele vai me respeitar, e somos dois jovens com muita energia”, brincou.
Sobre as medidas adotadas pelo governo norte-americano em relação às tarifas de importação, o presidente brasileiro admitiu compreender a lógica de defesa da economia local, mas reiterou que o impacto sobre o Brasil precisa ser revisto. “Há espaço para rediscutir”, afirmou.
Mín. 15° Máx. 24°