O litoral sul de São Paulo registrou um episódio preocupante envolvendo pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus). De acordo com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), mais de 350 animais foram encontrados mortos nos últimos cinco dias na região de Ilha Comprida. Os pinguins estavam em estágio avançado de decomposição, o que dificulta a identificação da causa das mortes.
O IPeC informou que trabalha com algumas hipóteses, como os efeitos da migração por longas distâncias, a escassez de alimento, infecções, parasitoses e até a interação com atividades pesqueiras. Por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), a instituição segue acompanhando os casos em Iguape, Ilha Comprida e Cananéia.
Segundo orientação do instituto, qualquer pessoa que encontrar animais debilitados na região deve entrar em contato pelos telefones (13) 3851-1779, 0800 642 33 41 ou WhatsApp (13) 99691-7851.
O pinguim-de-magalhães é uma espécie comum no litoral brasileiro durante o inverno, período em que realiza longas migrações em busca de alimento. Vive em alto-mar e se alimenta principalmente de pequenos peixes, lulas e crustáceos. De acordo com o biólogo Eric Comin, a ave foi descrita pela primeira vez pelo explorador português Fernão de Magalhães em 1520.
Comin explica que as principais ameaças à espécie são a poluição, os derivados do petróleo e o derramamento de óleo. Quando a substância adere às penas, compromete a capacidade de isolamento térmico das aves, provocando perda de calor, hipotermia e desidratação.
Em julho deste ano, um pinguim da mesma espécie foi avistado na Praia da Enseada, em Guarujá, e resgatado pelo Instituto Gremar. O animal recebeu cuidados no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos da entidade.
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