Uma pesquisa inédita realizada pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que a maioria dos edifícios históricos de Ouro Preto e Brumadinho apresenta risco de incêndio. Dos 146 espaços analisados, apenas 12 foram classificados com alto índice de segurança. O relatório, que utiliza metodologia inovadora combinando três técnicas distintas, foi entregue às prefeituras locais com recomendações para aumentar a proteção de forma econômica.
O estudo, iniciado em 2020, aplicou o Método Chichorro, a Análise Global e a metodologia Arica para avaliar diferentes aspectos das edificações, como sistemas de combate a incêndios, rotas de fuga, grau de tombamento e acessibilidade para veículos de emergência. Conforme o coordenador do projeto, professor Paulo Gustavo von Krüger, os resultados indicam que oito edifícios apresentam alto risco, enquanto a maioria possui risco médio ou baixo.
Durante a pesquisa, os pesquisadores identificaram irregularidades invisíveis a olho nu, como instalações elétricas precárias, uso de materiais inflamáveis nos entreforros e adaptações improvisadas que aumentam a vulnerabilidade das construções. Segundo von Krüger, muitas edificações aparentam estar seguras, mas apresentam pontos críticos que exigem atenção imediata.
Entre as medidas sugeridas pelo estudo estão adequações elétricas, elaboração de planos de emergência, intervenções físicas pontuais e campanhas de educação patrimonial. O projeto pretende fornecer aos gestores públicos informações precisas para priorizar ações nos prédios mais vulneráveis, garantindo maior segurança para o patrimônio histórico e para a população que frequenta esses espaços.
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