Entrou em vigor nesta sexta-feira (1º) a nova proporção obrigatória de etanol anidro na gasolina, que passou de 27% para 30%. A mudança foi anunciada pelo governo como uma medida para baratear o combustível e reduzir a dependência de importações. No entanto, distribuidoras, entidades do setor e especialistas afirmam que o efeito na bomba será mínimo ou nulo para o consumidor.
Segundo a Leggio Consultoria, a redução deve variar entre apenas 0,2% e 0,3%, o que representa algo em torno de R$ 0,02 por litro. O valor é muito inferior à estimativa do governo, que chegou a prometer uma economia de até R$ 0,11 por litro. Para Marcus D’Elia, sócio da Leggio, a expectativa não se confirma porque o etanol anidro é mais caro que o hidratado, e não possui os mesmos incentivos tributários.
Na semana passada, o litro do etanol anidro foi vendido nas usinas paulistas por R$ 2,91, enquanto a gasolina nas refinarias da Petrobras custa R$ 2,85. Com isso, a promessa feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que motoristas de aplicativo e taxistas poderiam economizar até R$ 1.800 por ano, foi considerada irreal por representantes do setor, como a Paranapetro.
Além da gasolina, a nova mistura do biodiesel no diesel também entra em vigor hoje, passando de 14% para 15%. Neste caso, o mercado prevê um leve aumento nos preços, de R$ 0,02 a R$ 0,03 por litro. A mudança havia sido adiada em fevereiro após denúncias de fraudes e receios de aumento nos alimentos.
Apesar do impacto limitado nos preços, o governo destaca que o uso ampliado de biocombustíveis pode ajudar a reduzir as importações de diesel e gasolina no médio e longo prazo.
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