A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta segunda-feira (2), a proibição imediata da fabricação, venda, distribuição, propaganda e uso de três marcas de café em pó brasileiras após a detecção da toxina ocratoxina A, uma substância com potencial cancerígeno. A decisão afeta os produtos das marcas Oficial (São Paulo), Melissa (Paraná) e Pingo Preto (Santa Catarina), e inclui a obrigatoriedade de recolhimento de todos os lotes disponíveis no mercado.
A medida é consequência de análises que revelaram falhas graves no processo de produção, indicando a presença de contaminantes e matérias-primas impróprias para o consumo. A Anvisa afirmou que, além da toxina, foram identificadas “matérias estranhas” nos produtos, apontando para negligência nas boas práticas de fabricação, especialmente nos processos de seleção dos grãos, produção e controle de qualidade.
A situação não é inédita. Em março deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já havia desclassificado as mesmas marcas após encontrar impurezas nos cafés. Na ocasião, o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), Celírio Inácio, classificou os produtos como “café fake”, alegando que eles eram produzidos a partir de resíduos das lavouras, sem o compromisso com a qualidade e a segurança alimentar, colocando em risco a saúde dos consumidores.
Com a proibição em vigor, supermercados, mercearias e demais pontos de venda estão obrigados a retirar os produtos das prateleiras. A Anvisa reforça que o consumo dos cafés interditados pode representar riscos sérios à saúde, uma vez que a ocratoxina A está associada a efeitos tóxicos nos rins e ao desenvolvimento de certos tipos de câncer. O órgão também orienta a população a verificar as embalagens antes da compra e denunciar a presença dos produtos proibidos em estabelecimentos comerciais.
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