Foi inaugurado nesta quinta-feira, 22 de maio, o Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O espaço marca um novo capítulo na indústria brasileira ao abrigar o LabFabITR, primeiro laboratório-fábrica do hemisfério sul dedicado à produção de ímãs e ligas à base de elementos de terras raras — insumos considerados estratégicos para setores como energia limpa, mobilidade elétrica, defesa e eletrônica. O centro é resultado da parceria entre a FIEMG e o SENAI-MG, com apoio da Codemge, e já desponta como um polo de pesquisa aplicada, inovação e manufatura de alta complexidade.
Durante a cerimônia de inauguração, o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destacou o peso geopolítico do projeto e a importância de romper com a atual dependência global da China no fornecimento desses elementos. Segundo ele, o centro simboliza um investimento estratégico não apenas para Minas Gerais, mas para todo o Brasil e para a indústria ocidental. Roscoe afirmou que dominar a cadeia produtiva das terras raras é essencial para o desenvolvimento tecnológico e para garantir autonomia em setores de alto valor agregado. O prefeito de Lagoa Santa, Breno Salomão, também ressaltou o impacto local da nova estrutura, colocando o município em posição de destaque no mapa da ciência e da indústria nacional.
A estrutura inaugurada integra um ecossistema maior de laboratórios do SENAI, conectando áreas como química, metalurgia, ligas especiais e meio ambiente, com o objetivo de fomentar soluções industriais sustentáveis e de alta performance. A instalação passou a ser operada pela FIEMG em dezembro do ano passado, dando novo impulso a um projeto iniciado em 2015 pela Codemge. Agora, sob gestão integrada, o CIT SENAI ITR avança com parcerias estratégicas firmadas com empresas nacionais e internacionais dos setores de mineração, energia e tecnologia, como Aclara, BBX, Viridis, Meteroric, ST George e AXEL REE. Nos próximos meses, o centro deve oficializar também o projeto estruturante MagBras, que reunirá 28 empresas e seis Instituições de Ciência e Tecnologia em uma rede de desenvolvimento voltada à soberania tecnológica e à inovação industrial no segmento de terras raras.
Esses elementos, embora abundantes na crosta terrestre, exigem processos complexos e de alto custo para sua separação e purificação. O Brasil, que detém cerca de 23% das reservas conhecidas no mundo, desponta como um dos poucos países com potencial para estabelecer uma cadeia produtiva nacional completa — da mineração à industrialização. Minas Gerais, com jazidas promissoras e infraestrutura tecnológica emergente, consolida-se nesse cenário como líder em pesquisa, processamento e aplicação de terras raras, impulsionando a geração de empregos qualificados e o fortalecimento da economia baseada em inovação.
Com o CIT SENAI ITR, o estado dá um passo decisivo para transformar recursos naturais estratégicos em tecnologia de ponta, posicionando-se como referência global na nova economia dos materiais avançados.
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