Uma publicação nas redes sociais do padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, tem gerado grande repercussão ao abordar com ironia uma situação inusitada: pedidos de batismo para bonecas reborn. Conhecidas por sua aparência hiper-realista, as reborn são feitas à mão para se assemelharem a bebês recém-nascidos e têm conquistado um público fiel em todo o Brasil. No entanto, a tentativa de incluir esses objetos em rituais religiosos não agradou ao sacerdote mineiro.
“Não estou realizando batizados para bonecas reborn ‘recém-nascidas’. Nem atendendo ‘mães’ de boneca reborn que buscam por catequese (...) essas situações devem ser encaminhadas ao psicólogo, psiquiatra ou, em último caso, ao fabricante da boneca”, escreveu o padre em tom crítico e bem-humorado. A publicação no Instagram já acumula mais de 32 mil comentários, a maioria em apoio à posição do religioso. “Parabéns pela atitude” e “Você está certo, padre” são alguns dos comentários mais comuns entre os seguidores.
A publicação também levantou questionamentos entre os internautas sobre a origem da declaração. Alguns se perguntaram se o padre realmente recebeu algum pedido de batismo para bonecas, o que teria motivado a manifestação pública. “Eu não consigo acreditar que tem pessoas solicitando essas coisas! É sério?”, escreveu uma seguidora. Apesar da maioria apoiar o posicionamento, houve também quem criticasse o tom da postagem. “O senhor não tem mais o que fazer?”, comentou um usuário.
A discussão ultrapassou os limites de Minas Gerais e chegou à Bahia. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, um dos patrimônios históricos e culturais de Salvador, também se manifestou nas redes sociais. Em um comunicado oficial, a instituição foi categórica: “Não realizamos batismos nem qualquer atendimento religioso relacionado a bonecas ‘reborn’ ou objetos semelhantes. A nossa fé está centrada na vida e dignidade humanas”, afirmou a igreja.
O caso reacende o debate sobre os limites entre devoção, fé e saúde mental, especialmente em tempos de intensa exposição nas redes sociais e busca por acolhimento simbólico em objetos. Para a Igreja Católica, o batismo é um sacramento destinado a seres humanos, e não se aplica a representações, ainda que realistas, da figura humana.
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