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Minas cria comitê para enfrentar avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave em meio à superlotação e mortes

Estado registra uma internação por SRAG a cada seis minutos e já soma mais de 29 mil casos em 2025; recém-nascida com bronquiolite esperou oito dias por vaga em hospital de referência

09/05/2025 às 10h30
Por: Redação
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Foto: Divulgação
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Diante do aumento expressivo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais, o governo estadual criou nesta semana um comitê emergencial para monitorar e coordenar ações contra a doença, que já resultou em 29.723 internações e 438 mortes em 2025. Batizado de Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG), o comitê teve sua primeira reunião nesta quarta-feira (7) e atuará com servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-MG) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

A medida foi tomada poucos dias após o decreto de situação de emergência, publicado na última sexta-feira (2), diante da sobrecarga no sistema hospitalar e da escalada nas internações, que já superam em 4,6% os números registrados no mesmo período do ano passado. Só em 2025, Minas tem uma média de 241 internações diárias por SRAG — o que equivale a um paciente a cada seis minutos, principalmente entre crianças e idosos.

A gravidade do cenário foi ilustrada mais uma vez nesta quinta-feira (8), quando a bebê Alice Pereira Souza, de apenas dois meses, finalmente foi transferida do UPA de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, para o Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, após passar oito dias internada com bronquiolite. O caso mobilizou familiares e gerou comoção nas redes sociais, refletindo a dificuldade de acesso a leitos pediátricos em meio à alta demanda. Antes da vaga ser aberta na capital, a menina chegou a ter transferência cogitada para um hospital em Passos, no Sul de Minas, via transporte aéreo, mas a regulação optou pela unidade em BH.

Casos como o de Alice não são isolados. Pelo menos dois bebês aguardavam leito hospitalar em Minas até a noite de quarta-feira. Uma das 438 mortes por SRAG este ano foi a de uma menina de um ano, internada por três dias em um hospital de Pedro Leopoldo. Ela não resistiu enquanto esperava uma vaga em outra unidade de maior complexidade.

O infectologista Leandro Curi explica que a SRAG é desencadeada por infecções respiratórias, principalmente por vírus como a Influenza e o coronavírus, e que as crianças pequenas e os idosos são os mais vulneráveis. “Nas crianças, até mesmo um vírus de resfriado pode provocar bronquiolite, que é uma inflamação nos brônquios com risco elevado. É nessa época do ano, com temperaturas mais baixas, que a doença se espalha com maior facilidade, atingindo especialmente quem tem imunidade mais baixa”, explica.

O médico destaca ainda que a falta de leitos hospitalares para SRAG é um problema crônico no país, agravado em momentos de alta de infecções. “Em alguns anos, a propagação dos vírus acontece de forma muito rápida, impulsionada pela circulação entre crianças, familiares e colegas de escola. Isso facilita a formação de surtos”, alerta.

Para conter o avanço da doença, o COE-Minas-SRAG terá como missão estabelecer estratégias de resposta, analisar dados epidemiológicos, emitir boletins e notas técnicas, coordenar planos de ação com as áreas técnicas e organizar a rede assistencial. Além disso, o comitê deverá propor cenários de risco e fornecer suporte aos municípios mineiros.

A principal forma de prevenção segue sendo a vacinação contra gripe e Covid-19, segundo o infectologista. “A descrença na vacina, principalmente entre os pais, pode deixar as crianças desprotegidas. E é importante lembrar que um simples resfriado, em um recém-nascido, pode ter consequências gravíssimas”, alerta Curi.

Outras medidas de prevenção incluem a higiene das mãos, ambientes ventilados e o uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais. O médico reforça ainda os cuidados aprendidos durante a pandemia, como evitar visitas a bebês recém-nascidos sem proteção e o uso de álcool em gel. “São ações simples, mas fundamentais para proteger os mais frágeis nesse momento crítico”, conclui.

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