Belo Horizonte enfrenta um agravamento nos atendimentos por doenças respiratórias e estuda decretar situação de emergência diante do aumento expressivo de casos. Somente em abril, a capital mineira registrou 42.258 atendimentos relacionados a doenças respiratórias, um crescimento de 34,6% em relação ao mês anterior, que teve 31.379 registros, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O subsecretário de Atenção à Saúde, André Menezes, afirmou que a decisão de decretar emergência está em análise e pode ser oficializada em breve, caso o cenário continue se agravando. O decreto facilitaria contratações e o acesso a recursos para ampliar a capacidade de resposta da rede municipal.
Para enfrentar a pressão sobre os serviços de saúde, a prefeitura colocou em prática um plano de contingência, que inclui a abertura de 30 novos leitos de enfermaria pediátrica — 20 no Hospital Odilon Behrens e 10 no Hospital da Baleia. A medida busca atender à demanda crescente por internações infantis, que mais que dobrou em apenas um mês. Já são mais de 1.100 pedidos de internação para crianças entre 1 e 14 anos e 635 para bebês com menos de um ano em 2025. De acordo com Menezes, como as doenças respiratórias afetam de forma mais grave o público infantil, os serviços de urgência para essa faixa etária são os mais afetados neste período.
O pico da sazonalidade neste ano deve ocorrer entre abril e maio, diferentemente dos anos anteriores, quando os registros dispararam já em março. Esse deslocamento no calendário trouxe impactos também para os atendimentos gerais nas UPAs da capital, que receberam 78.734 pacientes até o dia 28 de abril, contra 67.856 em fevereiro — aumento de quase 11 mil casos em dois meses. Segundo Menezes, o acúmulo de casos respiratórios leva a atrasos nos demais atendimentos, pois a triagem e consultas ocorrem nos mesmos espaços. A prefeitura também avalia estratégias para reduzir a pressão sobre as unidades de urgência, como a abertura de centros de saúde aos fins de semana e o reforço no uso de teleconsultas para casos leves. Em parceria com a Unimed-BH, o sistema de agendamento online foi aprimorado, permitindo envio de documentos e atendimentos entre 8h e 20h nos dias úteis.
Outra frente de combate é a vacinação. A partir desta quarta-feira (30), a campanha contra a gripe será ampliada para toda a população a partir dos seis meses de idade. A vacina está disponível nos 153 centros de saúde da capital, no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante e em sete postos extras. Até o momento, foram aplicadas mais de 202 mil doses, o que representa apenas 24,1% de cobertura do público-alvo. A meta é atingir 90% de vacinação. O imunizante trivalente protege contra os vírus H1N1, H3N2 e influenza B. A prefeitura reforça a importância da imunização como estratégia fundamental para reduzir complicações respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
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