Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, um vídeo de um homem surfando nas águas cheias do Rio Doce viralizou nesta terça-feira (14), chamando a atenção da internautas e gerando discussões sobre segurança e os riscos da prática.
O surfista flagrado nas imagens é Paulo Guido Coelho, administrador de 53 anos, que pratica o esporte no Rio Doce desde os 15 anos. Ele é membro de um grupo de surfistas que, desde 1989, aproveita as ondas formadas pela cheia do rio. “Quando o rio está cheio, temos a oportunidade de surfar, mas sempre com muita cautela. Nunca vou sozinho; preciso de alguém que me saiba socorrer, caso ocorra algum imprevisto”, explicou Paulo.
O local da prática desta vez foi uma área de correntezas na zona rural de Governador Valadares, dentro do Parque Natural Municipal. Segundo Paulo, para acessar a região, é necessário atravessar o rio de caiaque e seguir por uma trilha até uma bancada de pedra. Lá, os surfistas deixam seus pertences e alternam entre surfar e filmar.
Apesar da tradição, a prática foi criticada nas redes sociais. Isso porque o Rio Doce está em alerta de cheia devido às fortes chuvas do último fim de semana. Na segunda-feira (13), a Defesa Civil registrou que o nível do rio atingiu 2,13 metros, acima da cota de alerta de 2,10 metros. Na manhã de terça-feira, o nível subiu para 2,23 metros, com risco de inundações.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais emitiu um alerta sobre os perigos dos esportes aquáticos no rio nessas condições. “Com o aumento do volume de água, há riscos de afogamento, contaminação por ingestão de água poluída e danos causados por objetos ou detritos no rio. Além disso, o resgate em situações assim é extremamente difícil devido à força da correnteza e ao volume elevado de água”, destacou a corporação em nota.
Paulo, por sua vez, argumenta que ele e seus colegas seguem critérios para garantir a segurança durante a prática. “Há um limite mínimo e máximo para que as ondas se formem. Para nós, o volume máximo seguro é de 2,60 metros. Isso está abaixo da cota de inundação, que começa a 2,80 metros. Enquanto estamos no rio, nenhuma casa está alagada”, afirmou.
Mesmo assim, as autoridades reforçam que o momento exige cautela. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros recomendam que os moradores evitem atividades no Rio Doce durante a temporada de chuvas, priorizando a segurança.
Fonte:: BHZ
Foto: Reprodução Redes Sociais
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