O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um procedimento preliminar para investigar o fechamento, por tempo indeterminado, do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), situado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O órgão, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, enviou um ofício à presidência da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), solicitando explicação sobre a transferência de pacientes e da equipe de saúde do HMAL para o Hospital João XXIII . A Fhemig tem um prazo de 48 horas para apresentar uma resposta detalhada.
O fechamento do bloco cirúrgico do HMAL ocorreu devido a supostos danos de equipamentos essenciais, como o intensificador de imagens. Segundo a Fhemig, a manutenção foi necessária para garantir a segurança das cirurgias realizadas na unidade. Entretanto, o Ministério Público não descarta a necessidade de investigar se ocorreram falhas na gestão da manutenção e na comunicação com os trabalhadores e pacientes.
A situação gerou uma grande preocupação entre os servidores, que relatam uma sobrecarga no Hospital João XXIII, onde as cirurgias do HMAL estão sendo realizadas temporariamente. De acordo com médicos e enfermeiros, o pronto-socorro do João XXIII, já sobrecarregado, está sofrendo para absorver as mais de 200 cirurgias mensais dificuldades que foram pesadas do HMAL, o que está resultando em cancelamentos, atrasos e grande insegurança.
Um dos cirurgiões do HMAL, que preferiu não ser identificado, criticou a situação, alegando que uma mudança de rotina afetou a qualidade do atendimento aos pacientes. “No Amélia Lins, temos uma escala fixa semanalmente, com 12 a 15 cirurgias realizadas por dia. Agora, muitas dessas cirurgias estão sendo canceladas e os pacientes não sabem quando serão reagendados. A situação é caótica”, relatou o médico.
Em resposta, a Fhemig garantiu que as cirurgias especiais para o João XXIII são de baixa complexidade e que não houve prejuízo para os pacientes. A fundação afirmou que a unidade tem plena capacidade para atender às cirurgias eletivas, e que os pacientes, após a operação, retornam ao HMAL para a recuperação. A Fhemig também enfatizou que, nos últimos dois anos, foram investidos R$ 31 milhões no Complexo Hospitalar de Urgência, que engloba o HMAL e o João XXIII.
A Fhemig reafirmou que o incidente no HMAL foi causado por problemas em equipamentos essenciais e garantiu que as medidas de revisão já estão sendo tomadas. No entanto, a pressão dos trabalhadores e a investigação do Ministério Público podem levar novas ações para esclarecer a situação e evitar que o fechamento do bloco cirúrgico afete ainda mais os atendimentos no sistema de saúde público de Belo Horizonte.
Enquanto isso, os servidores formaram uma comissão durante uma assembleia no dia 8 de janeiro, com o objetivo de iniciar a Fhemig pela normalização do atendimento no HMAL. Uma nova reunião está agendada para a próxima quarta-feira (15), onde esperamos uma resposta concreta da Fhemig sobre a reabertura do bloco cirúrgico e a manutenção dos serviços.
Fonte e foto: O Tempo
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