O debate sobre o regime de teletrabalho tem gerado tensão entre os servidores públicos estaduais e o governo de Minas Gerais. Desde novembro, 11 secretarias publicaram resoluções limitando o home office a um ou dois dias por semana, dependendo da função desempenhada. Antes das novas regras, muitos servidores tinham a possibilidade de trabalhar entre três e cinco dias remotamente. A decisão provocada de forma imediata de sindicatos, que agora pressionou para que ao menos quatro dias semanas sejam realizadas de forma remota, com apenas um dia presencial.
O movimento sindical, que reúne 19 entidades representativas e reúne cerca de 1,5 mil servidores, afirma que a alteração traz prejuízos financeiros e de qualidade de vida. Eles apontam que o governo já sinalizou, ainda que informalmente, a possibilidade de retorno integral ao trabalho presencial a partir de janeiro, algo que não foi confirmado, mas também não foi descartado oficialmente pela administração de Romeu Zema.
A proposta defendida pelos sindicatos, chamada de “Movimento Teletrabalho MG”, vai além da preservação do regime remoto. Eles alegaram que o home office traz economia significativa ao Estado, estimada em até R$ 308,7 milhões anuais com redução de gastos como locação de imóveis, consumo de energia, água, esgoto e papel. O cálculo foi baseado em comparações entre despesas de 2019, antes da implementação mais ampla do teletrabalho, e de 2022, quando muitas atividades ainda foram realizadas remotamente devido à pandemia de Covid-19.
O governo, entretanto, contesta os números. Dados fornecidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) indicam que, em 2023, uma economia gerada pelo regime misto foi de aproximadamente R$ 6,2 milhões por mês, ganhos para R$ 5,4 milhões em 2022. A administração estadual afirma que a análise de impacto financeiro do teletrabalho é complexa, pois outros fatores, como a digitalização de documentos e a otimização de espaços físicos, também influenciam nas despesas.
Em nota, o governo destacou que o regime de teletrabalho é facultativo e regulamentado anualmente pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). Cada órgão tem autonomia para decidir sobre a adesão e os critérios para implementação. Apesar disso, os sindicatos veem as mudanças recentes como um retrocesso e prometem intensificar o diálogo para garantir um modelo que combine eficiência administrativa com qualidade de vida para os servidores.
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