A juíza Andréa Calado da Cruz, da Justiça de Pernambuco, decidiu nesta quarta-feira (4) rejeitar o pedido de arquivamento da investigação do cantor Gusttavo Lima na Operação Integração. O caso apura possíveis crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa relacionados a jogos ilegais. Apesar do arquivamento ter sido solicitado a cinco promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a magistrada determinou que a apuração fosse prossiga, levando o caso à avaliação do procurador-geral de Justiça, Marcos Carvalho.
A decisão reacendeu a polêmica em torno do caso, que foi gerada entre a Polícia Civil e os promotores responsáveis. Segundo o MPPE, não há elementos que comprovem o envolvimento de Gusttavo Lima e outros investigados em atividades ilícitas, como ocultação de bens ou valores provenientes de crimes. No entanto, a juíza argumentou que as movimentações financeiras registradas, incluindo a venda e revenda de uma aeronave, levantam "fortes acusações" de práticas criminosas que justificam a continuidade das investigações.
O cantor, cujo nome de registro é Nivaldo Batista Lima, é acusado de ter relações comerciais suspeitas com a empresa VaideBet, conhecida por ligação com casas de apostas ilegais. A Polícia Civil aponta que Gusttavo Lima teria vendido uma aeronave para outra empresa, a Esportes da Sorte, que posteriormente devolveu o bem, alegando defeitos, antes de a aeronave ser repassada aos proprietários da VaideBet. Além disso, o cantor teria adquirido 25% de participação na VaideBet, o que, para a juíza, agravava a suspeita de envolvimento em práticas ilícitas.
Na sua decisão, Andréa Calado afirmou que o parecer do Ministério Público carece de uma análise aprofundada das provas. Ela destacou que as movimentações financeiras e o relacionamento entre os investigados exigem maior esclarecimento. “Tais elementos indicam fortemente a continuidade da prática de lavagem de dinheiro, tornando imperativo o prosseguimento das investigações”, declarou.
A defesa de Gusttavo Lima, por sua vez, se manifestou confiante de que o arquivamento ainda será aprovado nas instâncias superiores e reiterou a inocência do artista. Advogados dos demais investigados também criticaram a decisão judicial, argumentando que ela contraria o parecer técnico dos promotores que acompanham o caso.
Com o caso agora sob análise do procurador-geral de Justiça, o desfecho pode sofrer alterações, uma vez que Marcos Carvalho está em transição para assumir o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, com posse prevista para 2025. Enquanto isso, a investigação segue como um dos temas mais debatidos no cenário jurídico e artístico nacional.
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