A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (3) uma nova fase da Operação Falcões de Aço, com foco em um esquema criminoso que desviava insumos farmacêuticos para a adulteração de drogas no Vale do Aço, em Minas Gerais. A operação resultou no cumprimento de seis mandatos de busca e apreensão em residências de agentes públicos e na execução de três mandatos de prisão preventiva contra traficantes e membros de uma organização criminosa. O objetivo da ação é combater os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais.
De acordo com a PF, as investigações revelaram que empresários do setor farmacêutico estavam desviando produtos químicos, como a cafeína, para adulterar a cocaína, aumentando o volume da substância e, consequentemente, o lucro do tráfico. O acesso facilitado a esses insumos devido à sua atividade comercial foi um dos fatores que permitiram a expansão do esquema. Além disso, a Polícia Federal descobriu uma rede complexa de transações financeiras ilegais que envolvia traficantes locais e indivíduos de regiões de fronteira, tradicionalmente conhecidos por sua alta incidência de tráfico de drogas. Os lucros obtidos com a venda de entorpecentes foram lavados por meio de operações financeiras sofisticadas.
Esta fase da operação é uma continuidade da primeira, realizada recentemente, quando foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva. Nessa etapa, os materiais coletados durante a ação possibilitaram a identificação de novos investigados e de empresários do ramo farmacêutico envolvidos no esquema. A operação revelou também que os traficantes de Coronel Fabriciano, uma das cidades da região, utilizavam os insumos desviados para ampliar a quantidade de cocaína no mercado.
O envolvimento dos empresários do setor farmacêutico no esquema é um alerta sobre como o crime pode se infiltrar em diferentes setores da sociedade. Ao fornecer produtos químicos para a adulteração de drogas, esses empresários não apenas violaram a lei, mas também colaboraram diretamente com o aumento da circulação de substâncias ilícitas, colocando em risco a saúde pública e a segurança da região. As investigações também apontaram o uso de "laranjas" para ocultar as transações financeiras, dificultando ainda mais o rastreamento do dinheiro obtido com a venda das drogas.
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