O aumento alarmante de casos de violência contra pessoas em situação de rua em Minas Gerais expõe uma crise social que exige atenção imediata. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (25) pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Estado registrou um salto de 29 ocorrências no primeiro semestre de 2020 para 786 no mesmo período de 2024, representando um crescimento de mais de 2.600%.
As agressões não são previstas no estudo, mas os dados apontam que os ataques ocorrem majoritariamente nas vias públicas, serviços de abrigo, unidades de saúde e instituições de longa permanência. O levantamento, realizado em parceria com o Movimento Nacional da População em Situação de Rua, também revelou que Belo Horizonte está entre as capitais com o maior número de ocorrências. De 2020 a 2024, a cidade contabilizou 933 casos, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Em nível nacional, os números são igualmente chocantes: mais de 36 mil episódios de violência contra pessoas em situação de rua foram registrados no período, com os negros representando a maioria das vítimas. Esses dados refletem não apenas a precariedade das condições de vida desse grupo, mas também a interseccionalidade da violência, que atinge de forma desproporcional pessoas já marcadas pela exclusão social.
Para enfrentar esse cenário, a UFMG lançou a campanha “100 Violência”, que busca conscientizar a sociedade e cobrar ações concretas do poder público. O objetivo não é apenas alertar sobre o problema, mas também promover mudanças estruturais por meio de políticas públicas que garantam acolhimento e proteção para as pessoas em situação de rua. A campanha também reforça o uso do "Disque 100 - Disque Direitos Humanos" como um canal de denúncia e combate às denúncias de direitos humanos, funcionando 24 horas por dia para receber relatos de violência e encaminhá-los aos órgãos competentes.
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