Mais de 4 mil mulheres cis e trans que atuam como prostitutas na icônica Rua Guaicurus, na Região Central de Belo Horizonte, convivem diariamente com desafios que vão além da profissão. Violência, preconceito, depressão e ausência de direitos trabalhistas fazem parte da realidade desses profissionais, que sustentam famílias e exigem jornadas de trabalho superiores a 10 horas por dia nos 24 hotéis que formam a zona boêmia da capital mineira.
Uma pesquisa realizada pela PUC Minas, envolvendo 360 profissionais da área, revelou que 74% já foram vítimas de discriminação ou agressões ao longo da vida. O estudo destacou ainda problemas como estigma social, marginalização e falta de garantias trabalhistas, como aposentadoria e adicionais por insalubridade. A solidão também se mostra uma constante, afetando a saúde mental de muitas dessas mulheres.
O endereço histórico, que remonta à fundação de Belo Horizonte em 1897, é parte da identidade cultural da cidade e já foi cenário de obras como a minissérie Hilda Furacão. Segundo a professora Luciana Andrade, da PUC Minas, a ocupação do espaço por profissionais do sexo ocorre desde os primeiros anos da capital.
Prostitutas e seus apoiadores continuam reforçando a luta pela orientação da profissão, buscando melhores condições de trabalho e direitos fundamentais que ainda são negados.
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