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Mudanças climáticas ameaçam 70% de Minas Gerais com escassez de água e colapso no saneamento

A projeção iniciada aponta riscos altos para racionamento de água e transporte de esgoto até 2050, afetando principalmente as populações mais vulneráveis

19/11/2024 às 15h00
Por: Redação
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Foto: Divulgação
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Em um estudo recente, o Instituto Trata Brasil apontou um futuro preocupante para Minas Gerais, revelando que até 2050, mais de 70% dos municípios do Estado enfrentarão graves problemas no abastecimento de água e no tratamento de esgoto, resultado das mudanças climáticas e das consequências da urbanização desordenada. O estudo destaca um aumento nas temperaturas de até 4ºC, além de ondas de calor seguidas por tempestades intensas, que prejudicam ainda mais a eficiência dos sistemas de saneamento.

De acordo com as projeções, até 90% dos municípios mineiros enfrentam risco elevado de racionamento de água potável, transbordamento de esgoto e contaminação dos mananciais. Para os moradores que já vivem em situação de vulnerabilidade social, como aqueles sem acesso a caixas d'água ou que residem em áreas de risco de penetração, o impacto será ainda mais grave, com a proteção de doenças causadas pela falta de saneamento adequado.

A presidente-executiva do Instituto, Luana Pretto, alerta que eventos climáticos extremos, como tempestades que danificam tubulações e ondas de calor que reduzem os níveis dos rios, já são uma realidade no Estado. Isso, segundo ela, tem um impacto direto na capacidade de tratamento de água e no esgoto, resultando no aumento da poluição e no risco de doenças como esquistossomose e leptospirose, principalmente entre crianças. O cenário descrito não está distante da realidade de muitas cidades, como mostrado o recente incidente na Lagoa do Nado, em Belo Horizonte, onde uma barragem rompeu, gerando um grande impacto na população local.

A crise de abastecimento já começou afetando municípios como Lavras, no Sul do Estado, que enfrentaram racionamento de água durante ondas de calor em setembro, e o rompimento de tubulações no bairro Novo Lajedo, em Belo Horizonte, ocorrido em novembro. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informou que está tomando medidas preventivas para corrigir os danos, mas a situação já revela que pode ser uma tendência crescente nas próximas décadas.

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