A BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte” por seu histórico de acidentes, também se tornou rota de preocupação quanto à exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com o levantamento do Projeto Mapear, realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a organização Childhood Brasil, o trecho mineiro da rodovia relatou o maior aumento de locais vítimas de abusos, registrando um crescimento de 495% entre os biênios de 2021 /2022 e 2023/2024.
O número de pontos mapeados na BR-381 subiu de 115 para 685, um aumento de quase seis vezes. No entanto, em termos absolutos, a BR-116 lidera o ranking estadual com 1.098 locais de risco, seguida pela BR-381 e pela BR-040, com 622 pontos. Minas Gerais, que possui a maior malha rodoviária do país, concentra 3.851 locais vulneráveis. Entre as cidades com mais registros, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, ocupa a primeira posição com 412 pontos, seguida por Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com 338.
Os locais identificados pelo Projeto Mapear incluem postos de combustíveis, hotéis, motéis e estabelecimentos comerciais às margens das rodovias. Desde 2003, a PRF utiliza os dados do projeto para orientar suas ações de combate à exploração sexual de menores, incluindo campanhas educativas e operações repressivas que resultam na identificação de suspeitos e no resgate de vítimas.
Nos últimos dois anos, foram realizadas 31 operações específicas contra esse tipo de crime, fiscalizando 6.453 locais e alcançando mais de 76 mil pessoas. Nesse período, 147 menores foram resgatados em situações de vulnerabilidade em todo o país.
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