Nesta sexta-feira (25), inicia-se o julgamento dos suspeitos de participação na chamada Chacina de Ribeirão das Neves, tragédia que resultou nas mortes de Heitor Felipe, de 9 anos, seu pai Felipe Júnior Moreira Lima, de 26, e sua prima Layza Manuelly de Oliveira, de 11. O crime ocorreu em maio durante uma festa de aniversário no bairro Areias, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Durante o julgamento, testemunhas e os próprios réus deverão ser ouvidos, com previsão de que alguns suspeitos, ainda foragidos, prestem depoimento por videoconferência.
A investigação aponta que o alvo inicial dos tiros era Felipe Júnior, suposto traficante da região do Morro Alto, em Vespasiano. No entanto, segundo a Polícia Civil, a morte das crianças não foi um acidente, mas parte do plano dos criminosos. “A intenção era atingir o maior número de pessoas possível, seja criança, seja adolescente. Além de executar o alvo principal, queriam deixar uma espécie de recado para a comunidade local”, explicou o delegado Marcus Vinícius Silva Rios, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O caso repercutiu nacionalmente, com a crueldade da ação despertando revolta e pedidos por justiça. Os promotores reforçam que o assassinato das duas crianças e do pai do aniversariante, em meio a uma celebração familiar, ilustra a violência extrema a que chegam as disputas do tráfico de drogas na região. Já a defesa dos acusados afirma que há pontos a serem esclarecidos e questiona a alegação de que as mortes das crianças seriam deliberadas, argumentando ainda sobre a complexidade do envolvimento de todos os réus.
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