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Sócio de laboratório envolvido em caso de órgãos infectados com HIV se entrega à polícia

Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira permanece em silêncio e busca habeas corpus após decretos de prisão.

23/10/2024 às 15h15
Por: Redação
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira, 23 de outubro, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, entregou-se à Polícia na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio de Janeiro. Sua entrega ocorreu em meio às investigações sobre transplantes de órgãos infectados com HIV, que levaram à decretação de sua prisão pela Justiça fluminense. Considerado foragido, Matheus chegou ao local por volta das 8h30 e optou por não prestar declarações à imprensa. Seu advogado, Afonso Destri, confirmou que irá protocolar um pedido de habeas corpus em favor do cliente.

As investigações ganharam força após depoimento da técnica em investigações clínicas Jaqueline Iris Bacellar, que é acusada de submeter um exame de sangue com um resultado falso negativo para HIV. Ela afirmou que o setor de tecnologia da informação do laboratório, sob o controle de Matheus, tinha acesso irrestrito a logins e senhas, o que possibilitava a adulteração de resultados e assinaturas. Em sua defesa, Matheus alegou que o sistema do laboratório permitia apenas a correção de erros em laudos, com qualquer alteração devidamente registrada na rastreabilidade do sistema. Ele também sustentou que a documentação anexada ao inquérito comprova que não houve modificações nos laudos durante o período em questão.

Matheus é primo do ex-secretário estadual de Saúde, Dr. Luizinho, que ocupou o cargo na época em que ocorreu o processo licitatório entre o laboratório e a Fundação Saúde, uma entidade pública vinculada à secretaria. A promotora Elisa Ramos Pittaro Neves foi a responsável por solicitar a prisão de Matheus, que era o último dos denunciados a ainda estar em liberdade. A denúncia, encaminhada à Justiça, envolve outras cinco pessoas, sócios e funcionários do laboratório PCS Saleme, e as acusações incluem associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Uma das funcionárias também foi denunciada por falsificação de documento específico.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que apresentou denúncias na terça-feira, 22, também solicitou a conversão das prisões temporárias dos demais denunciados em prisões preventivas, a fim de garantir a continuidade das investigações. Todo o processo tramita sob sigilo judicial, aumentando a expectativa em torno dos desdobramentos do caso que gerou ampla repercussão.

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