A queda do helicóptero Arcanjo 04, pertencente ao Corpo de Bombeiros, em Ouro Preto, região Central de Minas Gerais, chocou o país na última sexta-feira (11 de outubro). A tragédia resultou na morte de quatro bombeiros, um médico e um enfermeiro. Em meio às investigações conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), especialistas estão analisando as possíveis causas que podem ter contribuído para o acidente. O laudo preliminar deverá ser emitido em até 30 dias.
Entre as hipóteses discutidas por especialistas, o mau tempo se destaca como um dos principais fatores que podem ter potencializado outros problemas. O helicóptero, um Eurocopter BK117 C-2, fabricado em 2013, era uma aeronave moderna e certificada para voar por instrumentos, inclusive à noite. O piloto comercial e instrutor de voo Estevan Velásquez explicou que essa certificação exige um alto nível de tecnologia e segurança na aeronave. No entanto, mesmo com o bom equipamento, o mau tempo pode dificultar as respostas rápidas em casos de emergência, como falha de motor ou perda de sustentação.
Velásquez ressaltou que, em caso de perda de um motor, a aeronave sofre perda significativa de sustentação. “Pode ter sorte perder de força ao tentar ultrapassar a montanha. Mas, no momento, são apenas hipóteses, precisamos aguardar o laudo para saber o que realmente aconteceu”, afirmou.
Durante coletiva de imprensa realizada no sábado (12 de outubro), o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros, reforçou que as aeronaves que operam em voos de segurança pública têm autorização para voar em condições mais severas do que uma aviação civil, e que os pilotos são altamente capacitados. No caso do Arcanjo 04, o dispositivo ELT, que transmite tanto ondas de rádio quanto coordenadas de GPS, foi essencial para alertar as autoridades sobre uma emergência.
O piloto do helicóptero, capitão Wilker Tadeu Alves da Silva, era experiente e já havia atuado em operações complexas, como o resgate em Brumadinho. Segundo Barcellos, a decisão de continuar o voo foi baseada na sua vasta experiência e nas condições de segurança que o momento permitia. A última comunicação da comunicação indicou problemas de visibilidade, o que pode ter sido decisivo na queda.
Wagner Cláudio Teixeira, piloto com mais de 30 anos de experiência, destacou que as condições ambientais em Ouro Preto são desafiadoras, devido ao terreno e às mudanças repentinas no clima. Ele apontou que, mesmo com a experiência das equipes do Corpo de Bombeiros, o mau tempo parece ter desempenhado um papel relevante no acidente. No entanto, como frisou o especialista, é preciso aguardar os resultados da investigação para tirar conclusões definitivas.
A queda do Arcanjo 04 deixa uma marca profunda na história recente da aviação brasileira, e o país aguarda com ansiedade o laudo oficial que traz respostas sobre as causas dessa tragédia.
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