Na noite desta terça-feira, 1º de outubro de 2024, o Irã lançou um ataque massivo contra Israel, disparando ao menos cem mísseis em retaliação aos recentes ataques israelenses contra o Hezbollah no sul do Líbano. O ataque ocorreu poucas horas após um alerta emitido pelos Estados Unidos, que previam uma ofensiva iminente. O sistema de defesa antiaérea de Israel, conhecido como Domo de Ferro, interceptou uma série de projéteis, protegendo grandes centros urbanos como Tel Aviv e Jerusalém, onde estrondos das explosões foram ouvidos no céu.
Imagens divulgadas pela mídia local e relatos de testemunhas oculares, inclusive jornalistas no portão de Jaffa, na Cidade Velha de Jerusalém, capturaram o momento em que mísseis eram abatidos, em uma cena rara na guerra em curso. Explosões também foram registradas no vale do Rio Jordão, e a agência de notícias Reuters reportou mísseis sendo interceptados no espaço aéreo da vizinha Jordânia.
O Exército israelense, por meio de um comunicado, havia advertido que qualquer ataque iraniano seria generalizado, recomendando à população que se abrigasse em locais seguros. O governo norte-americano, por sua vez, reafirmou seu apoio a Israel. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou sobre o incidente em suas redes sociais, afirmando que "os EUA estão preparados para ajudar Israel a se defender contra esses ataques e proteger seus funcionários na região."
A ofensiva iraniana ocorre em um momento de alta tensão no Oriente Médio, em um contexto de crescente hostilidade entre Israel e grupos apoiados por Teerã. Em abril deste ano, o Irã já havia retaliado um ataque israelense contra sua embaixada em Damasco com o disparo de 330 projéteis, quase todos abatidos pelo Domo de Ferro. Desta vez, teme-se que mísseis balísticos, que viajam a velocidades supersônicas, possam ser empregados, dificultando a interceptação.
O ataque iraniano é visto como uma resposta direta à recente intensificação das operações israelenses no Líbano, onde o Hezbollah, apoiado por Teerã, sofreu grandes perdas, incluindo a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, e de dezenas de comandantes. Nos últimos dias, Israel iniciou incursões terrestres no sul do Líbano, visando eliminar a presença do Hezbollah perto de suas fronteiras, o que já forçou milhares de libaneses a deixarem suas casas.
A situação permanece delicada, com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, impondo restrições parciais de reuniões e vetos a trabalhos presenciais em cidades como Tel Aviv e Jerusalém, exceto em locais com abrigos antiaéreos. A defesa israelense, no entanto, permanece vigilante, e autoridades militares afirmam que até o momento não foram identificadas novas ameaças objetivas.
A escalada do conflito entre Israel e o Irã traz sérios riscos para ambos os lados. Enquanto Israel tem capacidade de retaliar com ataques direcionados às instalações nucleares iranianas, Teerã enfrenta pressão interna por uma resposta mais contundente, sob risco de perder influência na região. Além disso, há especulações sobre uma possível coordenação com os houthis, grupo rebelde no Iêmen também apoiado pelo Irã, que poderia realizar ataques adicionais contra Israel.
O cenário no Oriente Médio, já marcado por décadas de instabilidade, torna-se cada vez mais imprevisível com os recentes desdobramentos, levando a comunidade internacional a observar com atenção os próximos passos dos envolvidos.
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