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Ex-vereador e mais dois são presos em Santa Luzia por fraudes com CPFs de “Laranjas”

Grupo teria movimentado R$ 15 milhões em menos de um ano; Polícia Civil aponta esquema sofisticado de estelionato e lavagem de dinheiro.

27/09/2024 às 09h30
Por: Redação
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (26), três suspeitos de integrar um esquema de estelionato e lavagem de dinheiro em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre os detidos está um ex-vereador da cidade, de 61 anos. O grupo, que também incluía homens de 21 e 30 anos, é acusado de movimentar R$ 15 milhões em menos de um ano por meio de fraudes envolvendo CPFs de "laranjas". Um quarto integrante, de 31 anos, está foragido.

 

As investigações começaram em 2022, após uma das vítimas descobrir que um carro de luxo havia sido registrado em seu nome, sem o seu conhecimento. Segundo a Polícia Civil, o ex-vereador, então chefe da vítima, usou os documentos dela para conseguir um financiamento fraudulento de R$ 100 mil. A fraude foi descoberta quando a vítima acionou a Justiça para acessar o contrato de financiamento, que indicava o endereço do suspeito como referência.

 

Ao longo das investigações, outras vítimas relataram que haviam "emprestado" seus CPFs ao grupo criminoso em troca de promessas de vantagens financeiras e quitação de financiamentos, que nunca se concretizavam. “Em alguns casos, os veículos sequer estavam à venda, revelando uma prática elaborada de fraude”, afirmou o delegado Fábio Gabrich, responsável pelo inquérito.

 

O grupo operava de três maneiras diferentes. Na primeira, utilizava os CPFs de "laranjas" para obter financiamentos de veículos, cujo valor era repassado ao grupo, mas as parcelas ficavam pendentes em nome das vítimas. Na segunda modalidade, após obter o financiamento, os veículos eram vendidos com dívida para terceiros, gerando lucro duplo. Já a terceira modalidade consistia em financiamentos fraudulentos em nome de terceiros, sem que os veículos estivessem realmente à venda, deixando as vítimas com dívidas inesperadas.

 

Com a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos, a Polícia Civil descobriu a movimentação de R$ 15 milhões, valores incompatíveis com os rendimentos declarados pelos suspeitos. O homem de 30 anos, por exemplo, chegou a receber auxílio emergencial em 2021, mesmo enquanto movimentava grandes quantias em sua conta.

 

A investigação revelou que a organização criminosa tinha uma estrutura bem definida, com funções distribuídas entre os membros, que iam desde a captação dos "laranjas" até a venda dos veículos adquiridos de forma fraudulenta. Na operação, que contou com a participação de 29 policiais civis, os três suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional e responderão por estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As buscas pelo quarto integrante continuam.

 

A Polícia Civil reforça que as investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas e envolvidos no esquema.

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