A cachoeira de Santa Cruz de Minas, localizada entre as históricas cidades de Tiradentes e São João del-Rei, na região do Campo das Vertentes, parou de jorrar água pela primeira vez em sua história devido à intensa estiagem que afeta Minas Gerais. O cenário é desolador para os moradores e turistas que sempre associaram a queda d’água à identidade do município.
Juselaine Lopes, secretária adjunta de Cultura e Turismo de Santa Cruz de Minas, descreve o ambiente atual como um "silêncio total". Para ela, a ausência do som da água correndo simboliza um grito de socorro da natureza. "É como se a natureza estivesse pedindo ajuda. A cachoeira era uma presença constante, e agora estamos vendo as consequências da seca prolongada", afirmou Lopes, preocupada com o impacto ambiental e turístico.
Desde o início do ano, a cachoeira vinha sofrendo com a diminuição no volume de água, mas a secretária-adjunta revela que o completo esvaziamento do curso d'água é um fato inédito. Acredita-se que a seca severa que assola a região seja a principal causa do desaparecimento da cachoeira, que sempre foi um dos maiores atrativos turísticos da cidade de 8 mil habitantes.
O desaparecimento da cachoeira afeta diretamente o turismo em Santa Cruz de Minas, que já enfrenta queda no número de visitantes. Segundo Juselaine, muitos turistas e banhistas que costumavam procurar o local para se refrescar durante os dias de calor intenso têm encontrado uma cachoeira “sem graça e sem água”. A falta de atrativos naturais devido à estiagem prolongada tem tornado o destino menos atrativo para quem busca o contato com a natureza e as águas refrescantes da região.
Apesar do cenário preocupante, Juselaine Lopes acredita que a cachoeira poderá "voltar à vida" assim que a estiagem chegar ao fim e o volume de chuvas voltar à normalidade. A esperança é que, com o retorno da água, o turismo e a economia local também voltem a se recuperar. "Nós acreditamos na resiliência da natureza. Quando as chuvas voltarem, nossa cachoeira, que é um símbolo de Santa Cruz de Minas, também voltará a ser o que sempre foi", concluiu.
Mín. 18° Máx. 21°