O valor recomendado para o ajuste das mensalidades escolares no Brasil, baseado na taxa de inflação, é de 4,7%. Entretanto, as instituições de ensino que operam na educação básica têm implementado aumentos superiores a esse índice. De acordo com um recente estudo do Melhor Escola, site que reúne informações e bolsas de estudo de escolas públicas e privadas em todo o país, as escolas brasileiras estão aplicando um aumento médio de 9%, o que representa um acréscimo de 4,3% em relação à inflação.
Para chegar a esse índice, o Melhor Escola somou indicadores como o dissídio coletivo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Tendo como exemplo o cálculo feito para uma escola com 100 alunos, que investiu R$ 10 mil nos últimos 12 meses, localizada em São Paulo e, levando em conta que o reajuste inflacionário na região é de 4,21%, o ajuste recomendado para o valor total (que engloba inflação e investimentos) seria de 14,21% na mensalidade. Isso representaria um incremento de mais de 5% em relação ao reajuste médio do mercado.
“Esse acréscimo se justifica pelos investimentos realizados pelas instituições em melhorias, mas, ainda assim, muitas vezes são insuficientes para cobrir estes custos”, informa Sergio Andrade, sócio-fundador do Melhor Escola.
Andrade esclarece que as escolas continuam sofrendo os efeitos decorrentes da pandemia nos negócios, o que as levou a implementar reajustes superiores à taxa de inflação. “Muitas instituições de ensino tiveram que investir em tecnologias e em modernizar seus ambientes e salas de aula e agora estão diluindo esse aumento anualmente, visando amenizar o impacto financeiro para os estudantes e suas famílias que arcam com as mensalidades”, avalia.
Ele explica que, de acordo com a legislação vigente, as escolas podem reajustar a mensalidade a fim de equilibrar o custo dos investimentos realizados na instituição, o que leva o reajuste para um patamar compatível ao preço praticado pelo mercado. O estudo do Melhor Escola também calculou o reajuste total, obtido pela soma do reajuste inflacionário com o necessário para cobrir os investimentos feitos pela escola.
Outro ponto importante é que o reajuste inflacionário varia de acordo com o estado verificado. Entre os estados que chamam a atenção com os maiores reajustes inflacionários estão Minas Gerais (12,84%), Rio Grande do Norte (10, 41%) e Mato Grosso (8%). “Escolas que estão em regiões com maiores reajustes inflacionários tendem a aplicar aumentos nas mensalidades de forma igualmente superior”, considera.
Calculando o reajuste adequado
Durante os meses de setembro e outubro, muitas escolas dão início ao processo de matrícula para o próximo ano e enfrentam o desafio de definir o valor a ser cobrado nas mensalidades. Visando auxiliar neste desafio, o Melhor Escola criou a Calculadora de Reajuste de Mensalidade 2024.
Para utilizar a ferramenta, as escolas devem começar por selecionar o estado em que estão localizadas e preencher informações sobre o valor da mensalidade cobrado atualmente e o montante investido ao longo dos últimos 12 meses. O reajuste total recomendado será calculado por meio da soma do reajuste inflacionário com o valor necessário para cobrir os investimentos feitos pela escola.
Sergio Andrade alerta que, a depender do número de estudantes e do montante investido pela escola no último ano, o reajuste indicado pode se mostrar muito acima do praticado por outras instituições. Portanto, a orientação é que as escolas evitem implementar reajustes que excedam consideravelmente a média de mercado, que é de 9%.
Sobre o Melhor Escola - O Melhor Escola é um site de bolsas de estudos que conecta alunos a escolas da educação básica, com descontos que podem chegar a 80%. Criado em 2012, o site possui mais de 7 mil escolas parceiras e já matriculou mais de 40 mil alunos na rede privada de ensino.
O site também conta com informações de todas as escolas cadastradas no MEC (mais de 180 mil). Seus fundadores, Juliano Souza e Sergio Andrade, acreditam que o acesso à educação pode mudar o mundo.
Em 2019, o Melhor Escola se juntou ao Quero Bolsa, do grupo Quero Educação.
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