De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o Brasil registrou uma alta de 14,4% na produção de motocicletas entre janeiro e julho de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior. O número chegou a 1.015.201 de unidades fabricadas no Polo Industrial de Manaus (PIM), registrando o melhor desempenho para o período desde 2012.
Apenas em julho deste ano, mais de 147 mil motocicletas foram fabricadas. Isso representa uma alta de 19,7% na comparação com o mesmo mês de 2023. De acordo com Filipe Tavares, empresário e especialista no segmento de motopeças, o aquecimento do mercado de motocicletas tem impulsionado também o setor de manutenção e reposição de peças.
“Com mais motos em circulação, a demanda por produtos como pneus, filtros e serviços como revisões cresce. Atualmente, o mercado está aquecido, com crescimento impulsionado por fatores como a alta nos custos de transporte e a busca por alternativas econômicas, como as motocicletas, especialmente em centros urbanos”, afirma.
Tavares acrescenta ainda que a popularidade dos aplicativos de delivery e a busca por alternativas de mobilidade mais acessíveis também são fatores que contribuem para esse aumento. “As motos são a principal ferramenta de trabalho dos entregadores. Além disso, a inflação e o alto custo dos carros tornaram as motocicletas uma alternativa mais acessível de transporte, principalmente em áreas urbanas, onde a praticidade e economia são essenciais”, destaca o empresário, que é formado em Administração de Empresas e, desde 2008, é diretor da Ciclemotos, com sede em Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza (CE). A empresa conta hoje com 13 funcionários e prevê um crescimento de 20% no faturamento neste ano.
A Abraciclo revelou ainda que apenas no primeiro semestre de 2024 foram licenciadas 1.090.088 motocicletas, alta de 20,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O dado foi registrado como o melhor resultado atingido desde 2008 e o segundo melhor desempenho na história do segmento. Além disso, as três categorias mais emplacadas foram Street (48,4% de participação no mercado), Trail (18%) e Motoneta (17,4%).
Com o alto volume de motocicletas produzidas e vendidas no Brasil, o empresário ressalta ainda um outro ponto importante do mercado, o da sustentabilidade. Tavares afirma que o segmento de motopeças tem avançado neste quesito por meio de práticas como reciclagem e reutilização de materiais.
“Muitas empresas estão adotando processos de fabricação mais ecológicos e incentivando o descarte adequado de peças usadas. Isso é feito por meio de programas de coleta e parcerias com recicladoras, onde materiais como metais e borrachas são reciclados”, afirma.
O empresário reconhece que, atualmente, há um esforço crescente das companhias para desenvolver peças mais duráveis e sustentáveis, reduzindo o impacto ambiental a longo prazo. “Hoje contamos com um programa de reciclagem de peças e materiais, como pneus e baterias, em parceria com empresas especializadas em descarte ambientalmente correto. Também buscamos fornecedores que compartilhem nosso compromisso, garantindo práticas responsáveis do início ao fim da cadeia produtiva”.
Ainda de acordo com a Associação, em julho deste ano foram vendidas mais de 156 mil motocicletas, registrando um aumento de 27,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado. O número foi registrado como o melhor resultado para o mês desde 2011.
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