O sistema de consórcios encerrou o primeiro trimestre do ano destacando a confiança do consumidor e a credibilidade da modalidade como as principais razões do crescimento dos negócios e o avanço do total de consorciados ativos.
Apesar de, no período, ter vivenciado férias escolares, fins de semana prolongado e carnaval com menos dias úteis trabalhados, parcela dos indicadores registrou aumentos e confirmou a importância do mecanismo para o desenvolvimento econômico nacional, a médio e longo prazos.
A partir da crescente alta observada no tíquete médio, nos meses de janeiro, fevereiro e março, os negócios atingiram um acumulado de R$ 77,24 bilhões, 12% acima dos R$ 68,95 bilhões anotados no mesmo período de 2023.
Contudo, o aumento não teve correspondente evolução na origem do total de cotas vendidas do trimestre. Enquanto no ano passado a somatória foi de 999,40 mil adesões, este ano chegou a 975,95 mil, com retração de 2,3%.
Do total obtido, a distribuição setorial ficou assim: 398,89 mil de adesões a veículos leves; 305,41 mil de motocicletas; 189,36 mil de imóveis; 56,95 mil de veículos pesados, 14,70 mil de eletroeletrônicos; e 10,64 mil de serviços.
Paralelamente, houve crescimento no volume de participantes ativos em março. O total atingiu 10,45 milhões, 9,9% superior aos 9,51 milhões do mesmo mês no ano passado.
A somatória de consorciados ativos, dividida por participação em cada setor ficou assim disposta: 43,4% nos veículos leves; 27,7% nas motocicletas; 16,9% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,6% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,8% nos serviços.
O acumulado de consorciados contemplados no primeiro trimestre chegou a 438,04 mil, 10,0% mais que as 398,06 mil nos mesmos meses do ano passado.
Os créditos concedidos nas contemplações totalizaram R$ 24,12 bilhões, potencialmente injetados na economia, 25,5% sobre os R$ 19,22 bilhões do ano anterior.
O volume de consorciados contemplados de janeiro a março, 438,04 mil, incluiu: 188,92 mil em motocicletas; 175,43 mil em veículos leves; 28,33 mil de imóveis; 20,78 mil de veículos pesados; 14,73 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 9,86 mil de serviços.
O tíquete médio de março foi R$ 82,16 mil, 2,2% maior que o verificado em fevereiro, quando era R$ 80,37 mil, e 8,8% acima dos R$ 75,50 mil de janeiro. Uma evolução que reafirma o interesse por cotas de valor crescente, mês após mês. Quando comparado com o tíquete médio de março do ano passado, R$ 74,13 mil, foi anotado um avanço de 10,8%.
Ao considerar o comportamento dos tíquetes médios de março dos últimos cinco anos, verificou-se aumento nominal de 59,7% na evolução dos valores médios registrados.
Ao descontar a inflação (IPCA) de 28,5% do período, na relação da diferença de R$ 51,44 mil, em março de 2020, para R$ 82,16 mil, no mesmo mês de 2024, houve valorização real de 24,3%.
“Passados os primeiros três meses do ano, os resultados não surpreendem, especialmente quando consideramos a proximidade dos totais alcançados, com pequena retração de 2,3%, tendo como contrapartida o valor ascendente do tíquete médio no período”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Com a média mensal foi de R$ 25,75 bilhões no trimestre, bastante superior aos R$ 22,98 bilhões daquele período em 2023, “o significativo volume realizado nos negócios evidenciou o planejamento feito pelo consumidor em virtude do crescente conhecimento sobre educação financeira”, complementa Rossi.
Quando da recente pesquisa realizada pela Kantar, a pedido da ABAC, foram notadas semelhanças em diversas respostas prestadas por entrevistados, com destaque especial para “O consórcio é um jeito de guardar dinheiro”, “As parcelas eram compatíveis com a minha renda e parcelas que cabiam no meu bolso” e “Tem menores custos e menos taxas que outras formas de adquirir um bem”. “Tratam-se de declarações que apenas sinalizam um consumidor consciente e focado no Sistema de Consórcios, considerando-o como alternativa real para aquisição de bens ou contratação de serviços”, completa.
Consórcios ampliam participação no PIB
A boa performance do Sistema de Consórcios nos últimos anos pode ser verificada pela evolução da participação dos Ativos Administrados no Produto Interno Bruto (PIB).
No final do ano passado, ao alcançar R$ 574 bilhões, os Ativos Administrados registraram 5,3% de participação no PIB de 2023, enquanto que em 2022 esse percentual ficou em 4,7%, considerando os R$ 459 bilhões de dezembro de 2022.
No mesmo período, o Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) assinalou retração de 5,4%, em razão de lançamentos contábeis, diminuindo de R$ 20,36 bilhões, em 2022, para R$ 19,27 bilhões, em 2023.
Nos últimos dez anos, de 2014 a 2023, a participação dos Ativos Administrados no PIB cresceu de 2,8%, em 2014, para 5,3%, em 2023. Houve evolução de 2,5 pontos percentuais.
A potencial participação dos créditos dos consórcios
O aumento da presença dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovado pelos totais de consorciados contemplados com seus créditos concedidos. Nas liberações acumuladas no bimestre inicial, o Sistema atingiu 36,3% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 43,7% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação só para caminhões foi de 36,2%, no período.
“Além de trabalhar com crescimento zero no PIB agropecuário, o agronegócio, que ajudou a impulsionar o PIB em 2023, terá menos força em 2024. Porém, pela característica de planejamento de médio e longo prazos, o consórcio é uma boa alternativa para a retomada futura do setor”, afirma Rossi.
Também fundamentado no balanço do primeiro trimestre do Sistema de Consórcios, Rossi destacou ainda que, com otimismo, “as expectativas são para, pelo menos no ano, atingir performances semelhantes ou superiores às anteriores, variando de 5% a 10%, mais uma vez, confiando no avanço da conscientização do consumidor sobre planejamento financeiro, principal razão para crescimento dos consórcios”.
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