De acordo com conclusões do relatório da PF que indiciou Bolsonaro, pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mentiram para a Polícia Federal sobre o armazenamento de jóias na Fazenda Piquet, em Brasília.
O relatório aponta que os investigados articularam uma estratégia para sustentar a versão falsa de que as joias estavam na Fazenda Piquet, pertencente ao ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Diversos investigados repetiram essa narrativa, que foi desmentida pela apuração policial.
Segundo o documento, após uma tentativa frustrada de vender as joias e diante da restrição legal de comercializar bens do acervo presidencial no exterior, além da divulgação na imprensa sobre o kit de joias, Mauro Cid, Marcelo Camara e Osmar Crivelatti organizaram uma "operação de resgate" dos bens, afirmando que estavam na Fazenda Piquet.
Mensagens trocadas entre Marcelo Camara, ex-assessor de Bolsonaro, e Mauro Cid mostram preocupação com uma possível vistoria no local pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em uma delas, Camara escreve: “O problema é que essa matéria está falando que se o TCU quiser ir lá vai encontrar e não vai”.
Osmar Crivelatti, segurança do ex-presidente, inicialmente deu à PF a versão falsa sobre o armazenamento na fazenda, mas mudou seu depoimento em 27 de março de 2024. Ele admitiu que, sabendo da declaração falsa de Marcelo Camara à PF, tentou manter a mesma versão, ciente da falsidade das afirmações.
A versão falsa foi repetida por diferentes testemunhas, incluindo Bolsonaro, para esconder que as joias foram enviadas aos Estados Unidos para venda ilegal. O relatório da PF conclui que as joias nunca estiveram na Fazenda Piquet, mas foram desviadas do acervo público e levadas aos EUA pelo avião presidencial.
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