Derrubar muros e construir pontes é o lema da Arca, organização não governamental que nasceu a Arca de Noé em 1990, inicialmente como creche na favela de V. Prudente (zona sul de São Paulo), onde vivem mais de 1.500 pessoas, pelas mãos da freira francesa Bernadette Marchand. O sotaque francês aproximou a organização da França, a ponto de se conectar com a Arca France, de onde compartilha expertise e apoio.
Ao longo de sua trajetória na favela, a Arca cresceu em espaço físico, em número de atividades e crianças, jovens e adultos atendidos, prêmios e certificações, e também em parcerias. Uma delas foi responsável pela construção de outra ponte importante com a França: o apoio do bioMérieux Endowment Fund, organização sem fins lucrativos financiada em 2020 pela bioMérieux.
Desde 2001, a Arca promove ações de educação e desenvolvimento humano e está dividida em: Arca do Saber, que atende 130 crianças de 6 a 14 anos, em dois turnos; Arca do Fazer, com o ateliê de costura, que oferece oportunidades de emprego local, promovendo a inclusão de mulheres da periferia nos processos criativos e de gestão, beneficiando também os pequenos fornecedores envolvidos em sua cadeia produtiva, e Arca do Crescer, que nasceu em 2017 como um centro de inclusão produtiva para jovens e adultos a partir de 15 anos. Conta atualmente com mais de 15 cursos profissionalizantes, um programa de mentoria, uma incubadora de pequenos negócios periféricos e um programa de estudos.
Toda essa estrutura, que oferece até 300 refeições por dia, entre café da manhã, almoço e jantar, além de inúmeras atividades, desde música, dança e esportes até reforço escolar e cursos profissionalizantes, é vista como uma minicompanhia pela presidente, Thaís Máximo. "Na prática, cuidamos de dois negócios, o estúdio de costura e o Le Pain, e buscamos recursos para a operação, porque nenhuma empresa quer apoiar uma organização que não seja confiável. Estamos sempre em busca de prêmios e reconhecimentos, que nos deem essa credibilidade".
A parceria com o Fundo Patrimonial BioMérieux, segundo Thaís, veio em um momento importante, na pandemia da Covid-19, quando crianças e jovens sentiram os efeitos da escassez de alimentos, da evasão escolar e da violência doméstica. E no fim da pandemia, as famílias tiveram muita dificuldade para levar os filhos de volta à escola. Com a ajuda do Fundo Patrimonial bioMérieux, a Arca conseguiu desenvolver o projeto "Recuperando o Prazer de Aprender".
Mais do que ajuda financeira, a contribuição do Fundo contou com a intensa participação in loco dos colaboradores da bioMérieux, seja em frequentes reuniões de alinhamento pedagógico e de gestão, seja em campanhas internas de voluntariado, que resultaram em ricas experiências para as crianças, como excursões, semanas temáticas e confraternizações.
Um dos destaques dessa parceria foi a visita no dia 26/03 à sede da Arca por um grupo de pessoas muito especiais, que incluiu Alexandre Mérieux, Presidente do Fundo de Dotação bioMérieux e Presidente do Conselho de Administração da bioMérieux José Torres, Vice-Presidente de Operações Clínicas – América Latina e Fernando Oliveira, Vice-Presidente e Diretor Geral da bioMérieux Brasil, entre outros representantes da empresa, que foram recebidos por Thais Alves Máximo, presidente da Arca do Saber, e toda sua equipe.
Após um tour pelas instalações da Arca, os convidados assistiram a uma apresentação de breakdance com crianças e jovens da ONG e, em seguida, desfrutaram de um coffee break preparado pela equipe do Le Pain, outro braço da Arca, serviço de buffet implementado em 2021 que produz pães, pães de queijo, assados, bolos, biscoitos e petit fours de forma artesanal, pelos jovens formados nos cursos de alimentação, e que ajuda a autofinanciar a instituição.
Para Alexandre Mérieux, a criação do Fundo reflete o sentido de existência da empresa. "É um prazer estar aqui na Arca, ao vivo, testemunhando o impacto que o Fundo Patrimonial pode causar. O Fundo foi criado durante a pandemia da Covid-19, em um momento em que as pessoas eram afetadas negativamente, seja por falta de educação ou baixa renda. Foi um ano muito intenso para a bioMérieux também, com muito trabalho, pois também estivemos envolvidos no diagnóstico da doença. Somos uma empresa que ajuda a melhorar a saúde pública por meio de segurança e diagnósticos e, como tal, acreditamos que é importante apoiar as comunidades onde operamos."
Abrir portas para quem não tem tantas oportunidades é um dos objetivos de apoiar projetos como a Arca, segundo Fernando Oliveira, vice-presidente e diretor geral da bioMérieux Brasil. "A família Mérieux é muito dedicada a projetos sociais e para nós isso é muito nobre, nos dá muito prazer trabalhar nessa empresa. Em relação ao impacto nos colaboradores, temos orgulho de ter pessoas que dedicam seu tempo privado a projetos dessa natureza. Temos duas pessoas diretamente ligadas a esse projeto, que são Viviane (Dias) e Silvania (Moreira), além do Marcelo (Agostinho), que também está envolvido. Orgulho é o que eu posso expressar, ser exemplo para outras pessoas", disse.
"Projetos como esses são importantes para a comunidade no Brasil. É emocionante ver o trabalho em equipe, com um impacto fantástico. Tenho muito orgulho de pertencer à bioMérieux e, assim, pertencer e contribuir com o projeto Arca. Quero dar os parabéns à equipe e deixá-los sentir que não estão sozinhos. Ter esse compromisso social é motivo de muita alegria", acrescentou José Torres, Vice-Presidente de Operações Clínicas – América Latina.
O grupo de colaboradores da bioMérieux que visitou a Arca foi formado por Camila Guazzi, Elizabeth Souza, Juney Barros, Luciana Carballo, Luciana Marnet, Marcelo Agostinho, Marco Godoy, Paloma Marques, Pedro Soares, Ruan Fernandes, Samir Weres, Silvania Moreira, Suelen Silva, Vanessa Vieira, Vitor Rosas e Viviane Dias.
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