Após o anúncio do governo do Rio Grande do Sul sobre a distribuição de R$ 2.000 às famílias de baixa renda afetadas pelas enchentes, mais de 20 dias se passaram e seis em cada 10 famílias ainda não receberam o benefício prometido. A promessa, feita em uma campanha de doações via Pix, ainda não foi totalmente cumprida, mesmo com a arrecadação de R$ 120,9 milhões até a última quinta-feira (5).
Do montante arrecadado, aproximadamente R$ 51 milhões serão destinados às famílias de baixa renda, com cerca de 10 mil já beneficiadas em 60 municípios até o momento. No entanto, o critério estabelecido pelo governo gaúcho para receber o auxílio abrange apenas 25,5 mil famílias, deixando de fora uma parte significativa das mais de 1,1 milhão de famílias de baixa renda no estado.
Para ser elegível ao benefício, além de estar cadastrado no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, é necessário ter uma renda de até três salários mínimos, ter sido desalojado ou desabrigado e não receber outro auxílio estadual para vítimas das chuvas. A demora na distribuição dos recursos gerou críticas e questionamentos sobre os critérios adotados.
A distribuição dos recursos também está sendo influenciada pela capacidade de recuperação dos municípios afetados. A região do Vale do Taquari, uma das mais atingidas pelas enchentes, foi a primeira a receber os repasses, beneficiando os moradores das cidades de Arroio do Meio e Encantado. Segundo o governo, os critérios de seleção foram baseados na geolocalização das moradias atingidas e em informações de bancos de dados de programas sociais.
Além das doações via Pix, os moradores também estão aguardando o auxílio de R$ 5.100 do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. No entanto, a demora na tramitação dos cadastros pelas prefeituras tem gerado incertezas sobre o recebimento do benefício.
Enquanto isso, as doações de itens essenciais como alimentos, roupas, água e produtos de limpeza continuam sendo distribuídas pela Defesa Civil estadual. Embora o fluxo de doações tenha diminuído nos últimos dias, os estoques ainda conseguem atender às demandas das prefeituras, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre.
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