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Parcerias entre facções criminosas podem aumentar crimes em Minas Gerais

Especialistas em segurança pública afirmam que essa parceria pode intensificar a violência em áreas com alto índice de tráfico de drogas.

01/06/2024 às 14h00
Por: Redação
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Recentes investigações revelaram que os mandantes da chacina ocorrida em uma festa de aniversário em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, têm fortes ligações com o Comando Vermelho (CV), uma das principais organizações criminosas do Rio de Janeiro. Identificados como Berola e Alemão, esses indivíduos são líderes de uma facção local que adquire drogas do CV, criando uma conexão no mercado de entorpecentes entre bandidos de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 

Especialistas em segurança pública afirmam que essa parceria pode intensificar a violência em áreas com alto índice de tráfico de drogas. Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, explica que essa relação comercial beneficia ambas as partes. “Essa relação facilita o acesso às drogas, já que é possível conseguir esses bens para vender dentro da área de domínio, sem necessidade de intermediário. Dessa forma, o preço diminui, e há a garantia de que sempre haverá produto. Pelo lado de quem vende, você consegue garantir o mercado aqui em Minas sabendo que vai haver mercado consumidor”, disse Ribeiro.

 

Além disso, a facção que compra a droga do CV se sente protegida, o que pode levar a um aumento dos conflitos entre traficantes locais tentando conter o avanço territorial dos criminosos. “Outras facções tentarão conter esse avanço territorial dos criminosos aqui em Minas, o que pode desencadear vários conflitos entre traficantes, aumentando a violência nas regiões dominadas pelo tráfico”, detalhou a pesquisadora.

 

A chacina em Ribeirão das Neves, que chocou pela crueldade dos atiradores, é um exemplo da escalada de violência. Entre as vítimas estavam Felipe Júnior Moreira Lima, de 26 anos, seu filho Heitor, de 9 anos, e uma prima da criança, de 11 anos. “Entraram atirando, sem se preocupar se era festa, se havia crianças”, descreveu Arley Santos, capitão da PM, sobre o modo de ação dos suspeitos.

 

Esse episódio ilustra o potencial aumento de crimes violentos decorrentes das parcerias entre facções. As autoridades continuam a investigar e monitorar essas conexões, buscando estratégias para conter a expansão das facções e reduzir a violência associada ao tráfico de drogas em Minas Gerais.

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