
A Polícia Civil de Minas Gerais passou a tratar como possível homicídio a morte de uma mulher de 31 anos ocorrida em um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste do estado. O caso, que inicialmente havia sido registrado como colisão fatal, teve a linha de apuração alterada após o surgimento de novos indícios que levantaram suspeitas sobre a participação do companheiro da vítima.
A reviravolta ocorreu após a análise de imagens de uma praça de pedágio instalada no trajeto percorrido pelo veículo. Nos registros, segundo a polícia, é possível observar o homem sentado no banco do passageiro segurando o volante, enquanto a mulher aparece imóvel na posição de motorista. A partir desse material, aliados a outros elementos colhidos durante a investigação, os policiais passaram a questionar a dinâmica apresentada inicialmente.
Com base no conjunto de indícios, o companheiro da vítima foi preso na manhã desta segunda-feira (15), durante o velório realizado no cemitério Parque da Serra, em Divinópolis. Investigadores foram até o local em uma viatura descaracterizada e abordaram o suspeito, que foi conduzido sem resistência.
O inquérito também reúne relatos de terceiros e um áudio atribuído a uma funcionária do pedágio, que descreveu comportamento considerado atípico no momento da passagem do carro. De acordo com o conteúdo, a mulher não demonstrava reação dentro do veículo, enquanto o homem apresentava arranhões no rosto e sinais de nervosismo, como sudorese excessiva. Essas informações foram incorporadas a um relatório circunstanciado elaborado pela Polícia Civil.
O acidente ocorreu por volta das 6h de domingo (14), quando o automóvel invadiu a contramão em uma curva da MG-050 e colidiu frontalmente com um micro-ônibus de turismo que trafegava no sentido oposto. A mulher teve a morte confirmada ainda no local, e o companheiro foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com ferimentos.
Segundo a Polícia Civil, uma análise pericial preliminar indica que as lesões observadas na vítima não são compatíveis apenas com a dinâmica do acidente, o que reforçou a suspeita de crime. O celular do homem foi apreendido para perícia, e familiares da vítima entregaram o aparelho dela, com a senha, para auxiliar nos trabalhos.
O suspeito negou a prática de feminicídio. Ele afirmou ter ingerido grande quantidade de bebida alcoólica no dia anterior ao acidente e sustentou que a mulher conduzia o veículo no momento da colisão. A reportagem procurou a Polícia Civil para confirmar se a prisão foi mantida e aguarda posicionamento oficial.
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