
O governo federal reafirmou nesta terça-feira (2) que considera prioritária a mudança no modelo de jornada 6x1, sem redução salarial, e que intensificará a articulação no Congresso para alterar o parecer apresentado pela Subcomissão da Escala 6x1, na Câmara dos Deputados. A manifestação veio após reunião de coordenação no Palácio do Planalto, que contou com a participação da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos.
Gleisi Hoffmann destacou que o tema integra a pauta central do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que a discussão vai além do número de horas trabalhadas. Para ela, é necessário garantir melhores condições de convivência familiar e social aos trabalhadores. A ministra citou o fim da escala 6x1 como um avanço complementar à isenção do Imposto de Renda para quem recebe até cinco mil reais.
O posicionamento foi divulgado após a apresentação do relatório do deputado Luiz Gastão, que propõe jornada de 40 horas semanais, mas mantém o modelo de seis dias de trabalho e um de descanso. A medida frustrou integrantes do Executivo, que esperavam uma sinalização mais direta para a extinção da escala. Guilherme Boulos afirmou que a posição do governo permanecerá firme nas discussões no Parlamento e junto à sociedade.
O debate se apoia na PEC 8 de 2025, que trata da substituição do atual modelo por uma jornada de quatro dias de trabalho e três de descanso, limitada a 36 horas semanais. O objetivo é avaliar os impactos da escala vigente na saúde, na vida social e no bem-estar dos trabalhadores. A subcomissão responsável pelo tema volta a se reunir nesta quarta-feira (3), às 9h, para analisar e votar propostas legislativas.
Após essa etapa, o texto seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça antes de avançar ao Plenário. O governo já indicou que pretende ampliar o diálogo com parlamentares em busca de apoio para uma mudança estrutural no modelo de jornada adotado no país.
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