
A Câmara Municipal de Belo Horizonte começa dezembro com um novo capítulo na crise envolvendo o vereador Lucas Ganem (Podemos). Um pedido de cassação do parlamentar foi protocolado nesta segunda-feira (1º/12) pelo advogado Guilherme Augusto Soares, movimento que ocorre após semanas de articulações internas para medir o apoio necessário à abertura do processo.
Diante da formalização da denúncia, a Presidência da Casa convocou uma coletiva de imprensa para esta terça-feira (1º/12), às 14h, no plenário, onde o presidente Juliano Lopes (Podemos) deve apresentar os procedimentos que serão seguidos a partir de agora.
O caso envolve suspeitas de fraude no domicílio eleitoral de Ganem. A Polícia Federal investiga se o endereço declarado pelo vereador em Belo Horizonte realmente correspondia a sua residência. Quando agentes foram ao imóvel informado, foram recebidos por uma moradora que, segundo relatos, vive no local há mais de uma década e afirmou nunca ter conhecido o parlamentar.
O Ministério Público de Minas Gerais se posicionou na semana passada a favor do prosseguimento do processo de cassação, reforçando as suspeitas que rondam o mandato do vereador. Além disso, a denúncia apresentada à Câmara também aponta a possibilidade de que servidores do gabinete de Ganem estariam atuando no estado de São Paulo, o que é vedado pela legislação.
Nos bastidores, vereadores já afirmavam em novembro que havia pelo menos 21 votos necessários para iniciar a tramitação. Aliados da causa animal e integrantes do grupo político Família Aro — que domina o Podemos em Belo Horizonte — vinham articulando para alcançar também os 28 votos exigidos para aprovar a cassação em plenário.
A relação política de Ganem dentro da Casa se deteriorou ao longo do ano. Após apoiar Bruno Miranda, candidato do então prefeito em exercício Álvaro Damião (União), em detrimento do grupo vencedor, liderado por Juliano Lopes, seus projetos deixaram de ser pautados.
Caso o mandato seja cassado, Ganem se tornará inelegível por oito anos. O parlamentar faz parte de uma família com forte presença política em São Paulo, onde sua mãe, tia e primo também ocupam cargos eletivos. A decisão sobre seu futuro político agora está oficialmente nas mãos da Câmara de Belo Horizonte.
Mín. 21° Máx. 34°