
A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte confirmou, após análise laboratorial, que o purê de batatas servido aos trabalhadores do Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, estava contaminado pela bactéria Clostridium perfringens. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (25/11) pela Prefeitura de Belo Horizonte e encerra a principal dúvida sobre a origem da intoxicação que atingiu ao menos 200 funcionários em outubro.
De acordo com o município, os exames realizados em amostras recolhidas na ocasião apresentaram “resultado insatisfatório”, com a presença da bactéria, conhecida por resistir a altas temperaturas, inclusive as de cozimento. Ela costuma proliferar-se quando alimentos são armazenados de forma inadequada, o que facilita surtos de gastroenterite como o registrado na unidade.
A prefeitura informou ainda que as conclusões foram repassadas imediatamente à Vigilância Sanitária de Contagem, cidade onde está localizada a empresa responsável pelo preparo das refeições. Caberá às equipes do município vizinho vistoriar as instalações e as práticas de produção utilizadas.
O caso segue sob acompanhamento da PBH. O surto, que provocou sintomas como diarreia, náusea e vômito, comprometeu o funcionamento do hospital, levando ao afastamento de grande parte dos profissionais e à necessidade de remanejamento interno de equipes para evitar prejuízos no atendimento.
Em nota, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) criticou a manutenção do contrato com a fornecedora de alimentos e questionou sua contratação. Segundo a entidade, a empresa “segue ativa embora não tenha vencido o pregão” e teria apresentado custo superior ao da concorrente mais bem colocada. A diretora do sindicato, Neuza Freitas, afirmou que a confirmação laboratorial é conclusiva: “Não existe bactéria preliminar. Laudo é laudo”.
A reportagem procurou a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela administração do Hospital Júlia Kubitschek, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
Em 8 de outubro, quando os primeiros sintomas surgiram entre os funcionários, 200 profissionais já haviam sido afetados no dia seguinte. A sobrecarga gerada pelo afastamento comprometeu a rotina de atendimento em uma unidade que opera próximo da capacidade total de ocupação. Com o laudo agora concluído, autoridades municipais e estaduais devem definir responsabilidades e adotar medidas para evitar novos episódios.
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