
O celular do empresário Igor Dias Delecrode, de 28 anos, foi apreendido durante a sessão da CPMI do INSS, realizada nesta segunda-feira (10), em Brasília. A decisão foi anunciada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e aprovada de forma simbólica após requerimento apresentado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). A medida foi justificada pela necessidade de preservar provas e garantir o avanço das investigações sobre um suposto esquema bilionário de fraudes envolvendo aposentados e pensionistas.
Delecrode, apontado como o responsável por desenvolver um sistema de tecnologia capaz de fraudar biometrias e assinaturas digitais no INSS, é investigado por movimentações financeiras que somam R$ 1,4 bilhão. Ele compareceu à CPMI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe assegurou o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-lo. Durante toda a oitiva, o empresário preferiu manter o silêncio.
No momento da apreensão, o depoente se recusou a fornecer a senha do aparelho e pediu que o celular fosse lacrado na presença dos parlamentares. “O meu aparelho celular não saiu daqui lacrado e já saiu do meu campo de visão. Eu solicito que ele seja lacrado aqui”, declarou Delecrode, sob escolta dos seguranças da comissão.
De acordo com as investigações, o empresário seria sócio da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (Aasap), uma das entidades suspeitas de aplicar descontos irregulares em benefícios previdenciários de milhares de pessoas em todo o país. O relator da CPMI, Alfredo Gaspar, afirmou que o suspeito teria recebido R$ 15 milhões em menos de um ano e descreveu o esquema como uma “engenharia criminosa sofisticada”, montada com apoio de nove organizações.
“Ele virou multimilionário inventando ferramentas para tirar dinheiro de aposentados e pensionistas. Esse silêncio é a vitória da impunidade”, afirmou o relator durante a sessão. Gaspar também classificou Delecrode como o “coração tecnológico” do grupo responsável pelas fraudes.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana, reforçou em suas redes sociais que a decisão de apreender o celular demonstra o compromisso do colegiado com a apuração dos fatos. “A comissão tem o dever de proteger os aposentados e garantir que nenhuma prova seja ocultada ou destruída. Seguiremos firmes, com transparência e responsabilidade”, escreveu Viana.
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