
Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que parte dos fuzis utilizados por integrantes do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro era produzida em uma fábrica clandestina localizada no bairro Calafate, na Região Oeste de Belo Horizonte. A operação, realizada em 2023, identificou que o local funcionava disfarçado como uma oficina de móveis e esquadrias, mas abrigava uma indústria bélica voltada ao fornecimento de armas de guerra.
Segundo a PF, a fábrica de Belo Horizonte era operada por Silas Diniz Carvalho, preso com 47 fuzis em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A esposa de Silas também participava da rotina da produção. De acordo com a investigação, o esquema possuía ligações com empresas e fornecedores nos Estados Unidos, abastecendo não apenas o Comando Vermelho em áreas como o Complexo do Alemão, Rocinha e Complexo da Maré, mas também milícias e facções criminosas na Bahia e no Ceará.
A operação constatou que a fábrica de BH realizava montagem, manutenção e fabricação de fuzis, utilizando peças importadas e insumos locais. Durante as diligências, os agentes apreenderam, além das armas e munições, maquinários, cadernos de instruções detalhando a produção, e veículos de luxo, incluindo uma Lamborghini avaliada em cerca de R$ 1 milhão. Um dos suspeitos foi preso em Contagem, na Grande BH.
A PF estima que a fábrica mineira chegou a produzir aproximadamente mil fuzis destinados ao mercado ilegal. De acordo com o delegado responsável pelo caso, “parecia uma fábrica comum de móveis, mas no interior havia toda a operação ilícita organizada para abastecer quadrilhas do Rio de Janeiro”.
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