
Um prédio de 19 andares, localizado no Hipercentro de Belo Horizonte, foi o principal alvo de uma megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (30/10) por forças de segurança e fiscalização. No local, as equipes encontraram uma imensa quantidade de produtos contrabandeados e de descaminho, como eletrônicos, brinquedos e artigos de vestuário, avaliados em cerca de R$ 50 milhões. O imóvel funcionava como um verdadeiro galpão vertical, responsável por abastecer o comércio popular da capital e de cidades da Região Metropolitana.
Batizada de Operação Desbordo, a ação foi coordenada pela Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal, Receita Estadual e Polícia Militar de Minas Gerais. As investigações começaram há cerca de seis meses, após o monitoramento de caminhões que descarregavam mercadorias sem comprovação fiscal na região central de Belo Horizonte.
De acordo com o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF, Felipe Drummond, a operação representa um avanço significativo no combate ao contrabando e à sonegação. “Chegamos a um prédio com 19 andares repletos de mercadorias irregulares. A estrutura funcionava como um entreposto de distribuição. Essa ação é uma vitória importante e certamente impactará as atividades do grupo criminoso, além de reforçar a arrecadação estadual e federal”, afirmou.
O auditor fiscal da Receita Estadual, Francisco Lara, destacou que esta é a maior operação já realizada em Minas Gerais contra o abastecimento irregular de shoppings populares. “Nosso objetivo é desarticular o sistema criminoso e garantir condições justas de concorrência. O comerciante que cumpre a lei precisa ser valorizado. O prédio era um verdadeiro galpão vertical com produtos de todos os tipos. Essa integração entre os órgãos é fundamental para resultados expressivos como este”, declarou.
O auditor fiscal da Receita Federal em Minas Gerais, Michel Teodoro, informou que o foco da operação foi o comércio atacadista. “Esse prédio possuía sete CNPJs e, nos últimos cinco anos, declarou apenas R$ 1,5 milhão em importações formais, mas movimentou mais de R$ 100 milhões. Encontramos equipamentos proibidos, como TV Box, e produtos piratas e contrabandeados. Estimamos que havia R$ 50 milhões em mercadorias no local”, relatou.
Todo o material apreendido será encaminhado ao depósito da Receita Federal. Segundo Teodoro, as empresas poderão apresentar notas fiscais, mas a expectativa é de que a maior parte das mercadorias esteja à margem da legalidade. “Após a análise, haverá representação fiscal para fins penais e encaminhamento ao Judiciário”, explicou.
O major Thiago Salgado, da Polícia Militar, destacou o papel da corporação na garantia da segurança da operação. “A PM atuou com mais de 30 policiais, oferecendo suporte logístico e segurança às equipes de fiscalização. Essa integração é essencial para coibir crimes que impactam diretamente a economia e a ordem pública”, pontuou.
As autoridades informaram que os investigados poderão responder por sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As diligências continuam para identificar outros pontos de armazenamento e distribuição ligados à mesma rede, além de rastrear os fluxos financeiros envolvidos no esquema.
 
  
  
  
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