18°C 28°C
Belo Horizonte, MG
Publicidade

Famílias de outros estados enfrentam dificuldades para reconhecer corpos da Operação no Rio

Procedimentos no IML e dificuldades de deslocamento aumentam a angústia de parentes vindos de várias regiões do país

31/10/2025 às 10h00
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Famílias de diferentes partes do Brasil enfrentam dias de incerteza e dor no Rio de Janeiro após a Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28/10) nos complexos da Penha e do Alemão. Parte das vítimas da ação policial é oriunda de estados como Pará, Bahia, Amazonas, Ceará e Espírito Santo, e muitos parentes ainda não conseguiram chegar à capital fluminense para realizar o reconhecimento dos corpos.

De acordo com relatos de familiares e informações da Polícia Civil, a distância e a falta de recursos dificultam o deslocamento das famílias, que chegam ao Rio sem saber ao certo se seus parentes estão entre os mortos. Por não conhecerem moradores das comunidades onde ocorreram os confrontos, essas pessoas não têm intermediários para confirmar de maneira informal se o corpo foi encontrado, o que amplia a sensação de desamparo.

Investigações conduzidas pela Polícia Civil e pela Promotoria do Rio apontam que as favelas da Penha e do Alemão têm servido de refúgio para traficantes foragidos de outros estados. Segundo os investigadores, parte dos suspeitos mortos durante a operação era oriunda dessas regiões. Moradores locais também relataram que alguns corpos retirados das áreas de mata pertenciam a pessoas de fora do conjunto de favelas.

No Instituto Médico Legal (IML) e no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), locais designados para o cadastro e reconhecimento das vítimas, familiares vindos de outros estados enfrentam obstáculos burocráticos. Muitos não possuem documentos completos ou válidos, o que atrasa o processo. A Defensoria Pública do Estado tem prestado assistência jurídica e humanitária, auxiliando no cadastro, na obtenção de gratuidade para os sepultamentos e na emissão de alvarás de translado dos corpos para as cidades de origem.

Uma mulher natural de Belém, que vive no Rio há apenas dois meses, relatou que pelo menos seis famílias deixaram a capital paraense na quarta-feira (29/10) em direção ao Rio, mas ainda não haviam chegado até o início da tarde de quinta-feira (30/10). No mesmo dia, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a identificação das vítimas está sendo dificultada justamente pela origem interestadual de parte dos mortos.

“Havia 30 mandados de prisão do Pará. Desses, cinco foram cumpridos com prisões, 15 suspeitos foram neutralizados e dez ainda estão sendo procurados. Dentro do esperado, consideramos que a operação teve resultados significativos”, declarou o secretário.

Entre os familiares em deslocamento, um grupo de seis pessoas saiu de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, na tentativa de reconhecer um parente que pode estar entre as vítimas. Até o início da tarde de quinta-feira, eles ainda não haviam conseguido acesso ao corpo.

No segundo dia de espera no IML, o clima era de exaustão e ansiedade. Cerca de 70 pessoas aguardavam atendimento no Detran para dar continuidade aos trâmites legais. Muitos relataram que estiveram no local na quarta-feira, retornaram na quinta e ainda não haviam conseguido fazer o reconhecimento. Há também casos de famílias que permanecem em frente ao prédio do instituto sem saber se o parente está vivo ou morto.

O procedimento de identificação segue um protocolo rigoroso: os familiares se cadastram, informam dados pessoais e características físicas dos desaparecidos, como tatuagens e marcas de nascença. Em seguida, aguardam o contato da equipe policial, que conduz o reconhecimento formal. Após essa etapa, ainda é necessário emitir a certidão de óbito para que o corpo possa ser liberado para sepultamento.

Segundo informações da Polícia Civil, até a noite de quarta-feira (29/10), mais de 80 corpos haviam passado por necropsia, mas apenas seis tinham sido liberados para as famílias. 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Belo Horizonte, MG
24°
Tempo nublado

Mín. 18° Máx. 28°

24° Sensação
1.54km/h Vento
71% Umidade
100% (7.43mm) Chance de chuva
05h14 Nascer do sol
18h03 Pôr do sol
Sáb 31° 17°
Dom 28° 18°
Seg 23° 18°
Ter 28° 17°
Qua 31° 19°
Atualizado às 16h01
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,38 -0,09%
Euro
R$ 6,20 -0,41%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 625,376,39 +1,98%
Ibovespa
149,469,02 pts 0.46%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade