
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou nesta quarta-feira (29), em Brasília, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, marcada para a próxima terça-feira (4). A comissão terá a missão de investigar a estruturação, a expansão e o funcionamento de facções criminosas e milícias em todo o território nacional.
Segundo Alcolumbre, a criação da CPI foi definida após um acordo com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), um dos autores do requerimento que deu origem à comissão. Em nota oficial, o presidente do Senado destacou que o momento exige uma resposta firme das instituições brasileiras diante do avanço da criminalidade organizada.
“É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou.
A CPI do Crime Organizado será composta por 11 senadores titulares e sete suplentes e terá prazo inicial de 120 dias para concluir os trabalhos, podendo ser prorrogada se houver necessidade. O foco das investigações será compreender o modus operandi das organizações criminosas — como se estruturam, financiam e se expandem —, além de analisar as condições que favorecem sua atuação em diferentes regiões do Brasil.
Entre os objetivos da comissão está identificar eventuais falhas na legislação e propor medidas que reforcem o combate ao crime organizado. A expectativa é que o grupo parlamentar também investigue a infiltração de milícias e facções em atividades econômicas e instituições públicas, além de examinar possíveis conexões entre o crime e agentes estatais.
A criação da CPI ocorre em meio a uma crescente preocupação com o fortalecimento de milícias e facções em grandes centros urbanos, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Nos últimos meses, operações policiais e investigações federais revelaram a expansão territorial e o aumento do poder econômico de grupos que atuam tanto em atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e a extorsão, quanto em negócios legais, como transporte alternativo e venda de gás.
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