O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, confirmou nesta quarta-feira (15) sua filiação ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) e admitiu, pela primeira vez, ser pré-candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026. O anúncio foi feito durante ato em Brasília, ao lado do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, do líder do partido na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), e da deputada federal Duda Salabert (MG).
A filiação encerra meses de especulações sobre o destino político de Kalil, que estava sem partido desde sua saída do PSD. Em tom de ironia, o ex-prefeito afirmou: “Não tinha uma conversa de que eu não tinha partido? Agora tenho! Digo sempre: candidatura a governo é número. O sonho de todo mineiro é ser governador de Minas Gerais.”
Kalil destacou, no entanto, que ainda não há decisão definitiva sobre sua candidatura. “Se eu tenho partido, se o partido quer e eu tenho número [de eleitores], sou pré-candidato. Isso não significa que serei candidato no momento da eleição. Vamos esperar para ver o que acontecerá”, ponderou.
O presidente do PDT em Minas, Mário Heringer, defendeu publicamente a candidatura de Kalil e o classificou como o nome mais preparado para enfrentar o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), apontado como principal adversário do pedetista na disputa pelo Palácio Tiradentes. “Não acredito que quem está na frente agora disputará a eleição até o fim. Cleitinho sabe que será superado pela competência de Kalil. A experiência dele à frente da Prefeitura de Belo Horizonte é a garantia de que sabe governar”, afirmou.
Heringer também mencionou a possibilidade de o partido lançar uma chapa completa em Minas, com ele próprio como candidato ao Senado. “Não tenho dúvida de que o PDT vai apresentar um projeto consistente para o Estado. Vamos ganhar de todos”, afirmou, ao ser questionado sobre uma eventual candidatura do atual vice-governador, Mateus Simões (Novo).
A chegada de Kalil ao PDT é parte da estratégia de reestruturação de Carlos Lupi em Minas Gerais, após o período turbulento que marcou sua saída do Ministério da Previdência no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio às investigações sobre fraudes em benefícios do INSS. Segundo aliados, a sigla pretende consolidar Kalil como liderança regional e reposicionar o partido no cenário mineiro.
A escolha do PDT foi justificada por Kalil como uma decisão baseada em confiança pessoal e alinhamento ético. Ele ressaltou que manteve bom relacionamento com Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido pelo qual foi prefeito e disputou o governo de Minas em 2022. “Eu valorizo quem tem palavra. O Kassab sempre foi correto comigo e foi o primeiro a me ligar quando soube da filiação. Mas eu precisava de um novo caminho. Entro em lugar limpo”, disse o ex-prefeito.
Kalil iniciou sua trajetória política em 2016, eleito prefeito de Belo Horizonte pelo PHS, com 557 mil votos, derrotando o tucano João Leite no segundo turno. Em 2020, já no PSD, foi reeleito com 784 mil votos, ainda no primeiro turno. Sua gestão foi marcada por uma postura firme durante a pandemia da Covid-19, o que lhe garantiu destaque nacional. Em 2022, disputou o governo de Minas com o apoio de Lula, mas foi derrotado por Romeu Zema (Novo), reeleito com apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo após a derrota, Kalil rejeita a ideia de que tenha se afastado da política. “Quando a gente perde uma eleição, o que faz é ficar em casa e esperar a próxima. Eu perdi, chorei um pouco e fiquei quieto. Isso não é se afastar, é respeitar o resultado”, declarou.
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